Pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos fez 47 publicações na sua rede social contra o seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), nos últimos três meses, com média de uma postagem a cada dois dias. Líder nas pesquisas, Boulos indica que a disputa será acirrada e nas redes.
Entre 3 e 10 de novembro, período em que São Paulo enfrentou um apagão de energia elétrica, que atingiu por quase uma semana cerca de 2,1 milhões de moradores, Boulos postou no X (antigo Twitter) 20 críticas à atual gestão municipal e sua atuação durante a crise.
Boulos acusa Nunes de fazer obras sem licitação e de apoiar a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), além de culpá-lo pelos índices de violência na cidade, sobretudo no Centro. O deputado também já chamou o prefeito de "rei do camarote".
Nunes também usa as redes para atribuir a Boulos invasões de casas ou acusá-lo de ser simpatizante do grupo terrorista Hamas. "Melhor (ser rei do camarote) do que ser rei do terrorismo. Se (Boulos) não tem o que fazer é melhor ele calar a boca e se informar melhor", postou após o adversário criticar sua presença no Grande Prêmio de Fórmula 1.
Disputa em São Paulo pode repetir Lula contra Bolsonaro
A última pesquisa Datafolha, divulgada em 31 de agosto, mostra Boulos com 32% das intenções de voto e Ricardo Nunes com 24%. A disputa acirrada tem ainda outro ingrediente. Boulos tem o apoio prometido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Nunes deve contar com suporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente ainda não confirmou oficialmente sua posição no pleito paulistano, mas o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que seu correligionário vai apoiar a reeleição de Nunes para a Prefeitura de São Paulo em 2024. Em troca, Bolsonaro indicaria o vice.
Já no lado de Boulos, o presidente Lula está costurando a possível volta da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy ao PT, para ocupar a posição de vice na chapa do psolista. Marta atualmente é secretária de Relações Internacionais de Nunes.
Está será a segunda vez que Boulos concorre à Prefeitura de São Paulo. Em 2020, o ex-presidente do MTST foi derrotado no segundo turno por Bruno Covas (PSDB) e Nunes, que compunha a chapa como vice. Com a morte do então prefeito, Nunes assumiu a vaga em maio de 2021.
Além de Nunes e Boulos, também confirmaram pré-candidatura a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que conta com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e poderá ter como vice na chapa o apresentador de televisão José Luiz Datena, que recentemente se filiou ao PSB.
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que foi mais votado nas prévias do Movimento Brasil Livre (MBL), também anunciou sua pré-candidatura. O ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles (PL), corre por fora depois de tentar pleitear o apoio do ex-presidente Bolsonaro para seu nome, mas sem sucesso.
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