COLAPSO EM MACEIÓ

Lira: CPI da Braskem não deve ser usada como "palanque político"

Bancada alagoana no Congresso e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, acordaram que nenhum senador do estado deve assumir a relatoria — estratégia para tirar Renan Calheiros do comando das investigações

Lira disse que a CPI é
Lira disse que a CPI é "uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação". - (crédito: Wagner Lopes/Casa Civil)
postado em 14/12/2023 15:13

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta quinta-feira (14/12), que confia na comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar o afundamento do solo em Maceió (AL), causado pela exploração de sal-gema pela Braskem. Para ele, a CPI “fará um trabalho técnico meticuloso e profundo e de apuração de responsabilidades”.

"O povo de Maceió não pode ser prejudicado", escreveu o deputado no X (antigo Twitter). "O compromisso público do presidente da CPI, senador Omar Aziz, é nesse sentido. Portanto esta CPI não deve ser um palanque político, e sim, uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação".

A CPI da Braskem, instalada esta semana pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), membro mais velho do colegiado, promete ser uma arena de embate político, com Lira aliado ao prefeito da capital alagoana, João Henrique Caldas (PL), o JHC, e o autor do pedido de instalação da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), cacique do grupo que apoia o governador do estado, Paulo Dantas, também do MDB.

 

O homem de confiança de Lira no colegiado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), é contra entregar a relatoria (cargo mais importante da CPI) ao senador Renan Calheiros.

"Dentro do que foi conversado nas quatro paredes, gostaria, em público, (de dizer que) que fique claro que nenhum senador do estado será o relator. Em busca de isenção, para não colocar em xeque a credibilidade da condução dessa CPI. Eu vou sair extremamente insatisfeito se não tiver aqui, formal e cabalmente, dito por todos, que Renan Calheiros não será o relator", disse Cunha.

A reunião citada pelo senador se deu no Palácio do Planalto, na última terça-feira (12), com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para apaziguar ânimos, uma vez que o governo teme desgaste envolvendo as empresas sócias da Braskem: Petrobras e Novonor (antiga Odebrecht).

O impasse na relatoria barrou a tentativa de repetir a dobradinha da CPI da Pandemia, com Omar e Renan no comando dos trabalhos.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->