O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (13/12) que "não acha" e "ninguém espera" que a crise entre Venezuela e Guiana seja resolvido na reunião desta quinta-feira (14/12) entre os dois países. Segundo Vieira, apesar disso, o encontro é um passo importante. Ele relatou que a proposta da reunião partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu achei até que o presidente da Guiana poderia não ir, mas foi um gesto de boa vontade, de ir e conversar. Não acho e ninguém espera que vamos sair dessa reunião com tudo resolvido. Mas é um importantíssimo passo no sentido do entendimento de dois países importantes, um para o outro, e ambos para o Brasil, em um momento em que nós não precisamos de conflitos nas nossas fronteiras", apontou durante participação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, onde foi convocado a prestar esclarecimentos sobre a agenda internacional do Brasil após pedidos da oposição.
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"O Brasil tem dez vizinhos imediatos, teve nove questões de fronteira, oito defendidas pelo barão do Rio Banco, uma por Joaquim Nabuco, sempre negociamos, saímos bem em todas as negociações, fomos vitoriosos", emendou.
O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência, Celso Amorim, foi enviado pelo presidente Lula para acompanhar a reunião entre Guiana e Venezuela sobre a disputa da região de Essequibo. Amorim desembarcará em Kingstown, nas ilhas de São Vicente e Granadinas. A expectativa é de que Nicolás Maduro e Irfaan Ali se reúnam na quinta-feira (14/12). Lula também foi convidado a participar do encontro, mas decidiu enviar Amorim por conta da agenda.
No último dia 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma ligação de Maduro. Na ocasião, o petista lembrou o líder venezuelano dos termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile, e recordou a longa tradição de diálogo na América Latina, e que o local é "uma região de paz".
Na ocasião, o Palácio do Planalto informou que Lula fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, tratasse do tema com os governos de Venezuela e Guiana. O presidente reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas.
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