O governo reuniu seus líderes no Congresso nesta terça-feira (12/12) para definir pautas e estratégias para avançar projetos de interesse da área econômica na Câmara e no Senado. A base de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva também quer "limpar" os vetos do presidente a serem pautados na sessão do Congresso da próxima quinta (14).
O Palácio do Planalto tem pressa e quer aproveitar as duas semanas restantes de trabalho de deputados e senadores para avançar ao máximo. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), tem a expectativa de que a principal proposta de ampliação de arrecadação do governo em tramitação, que é a medida provisória que tributa subvenções do ICMS, seja aprovada até o fim do ano. A comissão especial já foi instalada e o desejo dos governistas é que seja votada na Câmara esta semana.
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O texto ainda depende de uma conversa do relator da medida, o deputado Luiz Fernando Faria (PSD-MG), com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O texto precisa ser votado na comissão e depois irá ao plenário, onde trancaria a pauta. Por essa razão, o governo aposta que a proposta seja aprovada amanhã, quarta-feira, à noite. Assim, libera o plenário para outras votações.
"Temos voto, o governo, para aprovar o relatório na comissão. Depende agora de uma conversa do relator com Lira. Estou otimista, essa é a principal medida esperada na economia. Votando esta semana na Câmara, no Senado, o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já disse que faz o esforço para votar essas matérias", disse Rodrigues.
"Sistema S"
Outro tema envolve o veto de Lula à continuidade de desoneração para 17 setores privados da economia. O líder no Congresso pediu um pouco de "paciência" aos empresários para aguardarem a proposta que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irá apresentar para substituir a suspensão desses benefícios.
Randolfe Rodrigues voltou a criticar o texto do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Danilo Forte (União-CE), por ter inserido no texto dispositivo que determina que os recursos destinados ao "Sistema S" integrem o Orçamento da União, medida que retira do governo manuseio sobre R$ 40 bilhões destinados para investimentos.
"Quero deixar claro, para que não reste dúvida, que estamos analisando o relatório do deputado Danilo Forte e há divergências do ponto de vista do governo. Não achamos adequado o dispositivo que foi apresentado pelo relator, que incorpora ao Orçamento os R$ 40 bilhões do Sistema S. Não é uma medida adequada para o governo. Engessa o orçamento e ainda prejudica o funcionamento do Sistema S, atingindo setores culturais beneficiados por esses recursos", disse o líder governista.
"Queremos convencê-lo a excluir esse dispositivo", disse Rodrigues, que solicitou à presidente da Comissão Mista do Orçamento (CMO), senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), que não inclua a LDO na pauta de hoje, terça, desse colegiado.
Vetos em discussão
Rodrigues afirmou, ainda, que o governo negocia a inclusão, na votação da sessão do Congresso, de 10 vetos para serem derrubados e 22 pela manutenção. Não há acordo com a oposição, e até mesmo problemas na base, como o marco temporal das terras indígenas, devem ser decididos no voto.
O governo negocia com a bancada ruralista acordo em três outros pontos dessa matéria específica, que são os que tratam de contato com os povos isolados, o de plantio de organismos geneticamente modificados, os transgênicos, nessas terras, e também a revisão de demarcação de terras.
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