O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (12/12) que é preciso criminalizar quem divulga fake news sobre as vacinas. A declaração foi dada durante o programa semanal Conversa com o Presidente, ao lado da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Ambos criticaram a divulgação de informações científicas falsas, prática realizada especialmente pela oposição ao governo. Nísia citou, inclusive, sua participação na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, quando Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez, sem provas, ligação entre a vacina contra a covid-19 e uma suposta "epidemia de morte súbita" no mundo.
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"É necessário criminalizar a pessoa que está contando mentiras sobre uma questão tão importante, que é a gente vacinar o povo brasileiro, sobretudo as crianças. Depois que a criança pega a doença, não tem mais cura, aí é muito mais difícil", comentou o presidente durante sua live.
"Quando você tem um facínora qualquer que resolve fazer propaganda contrária, nós temos que processá-lo criminalmente, porque não tem outra saída para você lidar com gente desse tipo, negacionista. Eu conheço pessoas que eram contra a vacina até perder a mãe. Aí, quando perde a mãe, se arrepende de não ter dado a vacina", acrescentou ainda Lula.
Ministra critica Comissão da Câmara
Com participação da ministra da Saúde, o programa desta terça tratou principalmente da gestão de Nísia Trindade à frente da pasta. Ela também tratou da divulgação de notícias falsas, e apontou as fake news como estratégia deliberada de alguns grupos políticos.
"O que nós vimos, e isso é uma coisa para entristecer, são lives promovidas por uma comissão da Câmara Federal, a comissão de fiscalização, em que médicos falam que a vacina pode causar mortes. Que pode, no caso da vacina da covid, causar miocardites graves. Tudo fake news, sem base científica, mas aparecendo como se fosse informação científica. Então, isso confunde a população", afirmou Nísia.
A ministra participou de audiência pública em 28 de fevereiro, quando deputados bolsonaristas atacaram sua gestão e voltaram a atacar a vacinação, sem provas dos supostos males causados pelos imunizantes, especialmente em crianças. A deputada Bia Kicis (PL-DF), presidente do colegiado, declarou que "vários médicos que trabalham com vacinas são contra a medida" para vacinação na infância.
Já Eduardo Bolsonaro criticou a obrigatoriedade para que os pais vacinem seus filhos. "Parece que o mundo inteiro está vivendo uma epidemia de mortes súbitas. E parece que está coincidindo com a questão da vacina", afirmou. Na sessão, Nísia rebateu as falas dos parlamentares e defendeu que a comunidade científica tem consenso sobre a segurança das vacinas.
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