O líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse, na noite desta quinta-feira (7/12), que não se arrepende de ter votado a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita as decisões monocráticas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a festa do Grupo de Prerrogativas, em Brasília, o parlamentar afirmou que teve um posicionamento “muito consciente” e que não se incomodou com as críticas recebidas.
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Wagner recebeu inúmeras reprovações por conta do voto no Senado. No entanto, o grupo de juristas progressistas saiu em defesa do líder, afirmando que o desagravo não é um apoio ao projeto em tramitação no Congresso. O político agradeceu os advogados e citou o atual cenário político no mundo.
“É evidente que o quadro da política nacional, não só aqui, mas em muitos países piorou muito. A democracia depende de um centro, depende de encontrar um caminho de negociação. A verdade é que no Brasil, nos EUA, e em muitos países da Europa o centro acabou. Hoje, você tem uma bipolaridade e via de regra ainda no resto do mundo. Eu vou citar um exemplo do apoio da carta do Prerrogativas de apoio ao meu voto naquele episódio do Supremo Tribunal Federal
Ele rechaçou as críticas em que foi chamado de bolsonarista por votar a favor da PEC. “[Disseram] ‘votando com Jair Bolsonaro’. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O que foi votado ali foi uma liminar que deve ser encaminhada ao colegiado do STF porque não é razoável uma liminar que fique na gaveta um ano, dois anos, ou dez anos. Nao teve nada de ofensa, apesar do barulho danado”, completou.
Jaques Wagner também elogiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Eu acho que ele fez um papel importante. Porque todo mundo aqui sabe de quantos pedidos de impeachment esse Supremo tem na gaveta do Rodrigo Pacheco”, disse. “Eu queria agradecer a cada um de vocês, do Prerrogativas, e apesar da surra, eu confesso que não me incomodei. Dei um voto muito consciente. E eu acho que a gente cumpriu um papel importante para equilibrar e harmonizar os Poderes”, concluiu. Confira:
Balanço de fim de ano
No evento, o senador fez um balanço positivo do ano e citou projetos aprovados principalmente na área social e econômica como, por exemplo, a Reforma Tributária e a Medida Provisória que recria o Minha Casa, Minha Vida.
“Na minha opinião, a gente vai fechar o ano bem. Devemos aprovar a MP que garante o custo de casa para o ano que vem, o arcabouço já foi, a reforma tributária. Evidentemente eu acho importante dizer isso aqui para o público, o Prerrogativas, porque a maioria por essa composição é de gente humanista, progressista. Eu não gosto de usar o termo esquerda e direita pq eu acho que ele não explica tudo”, disse.
Ele também citou as eleições de 2026 no país e a importância da união entre os partidos progressistas. “Precisamos ter consciência que nós ganhamos uma presidência, mas temos uma Câmara e um Senado ainda bastante conservadores. Eu chamo atenção que se a gente não tomar conta do processo eleitoral de 2026, não só o do presidente e dos governadores, mas vamos lembrar que nós vamos eleger dois senadores por cada estado”, disse. “Eles vão trabalhar para fazer maioria no senado e para ter a presidência do Senado que tem o poder, se tiver na mão, alguém de extrema direita muito grande. Não adianta muito eleger governador e presidente se a gente não tiver uma Câmara e um Senado arejados”, finalizou.
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