O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou, nesta quinta-feira (7/12), que este é o momento do Ministério Público (MP) “inovar” e “avançar” no combate ao crime organizado.
“[Este] é o momento do Ministério Público inovar, avançar, da mesma forma que vem fazendo nesses 20 anos em relação ao combate, ataque à corrupção política, mas inovar também em relação à corrupção que gera o crime organizado”, pontuou o magistrado durante o simpósio De Merida à atualidade: 20 anos de atuação institucional anticorrupção, promovido pelo MPF.
Para Moraes, o Poder Judiciário e o MP ainda “devem muito” à sociedade em relação ao combate ao crime organizado e defendeu que a corrupção está intimamente ligada a organizações criminosas. “Só existe criminalidade organizada forte, porque a corrupção é grande. Não é um ET que leva armas, drogas e telefones celulares em presídios. Não são os familiares dos presos só que levam aquela quantidade enorme”.
O magistrado avaliou que a corrupção é uma “chaga infelizmente no Brasil é persistente” e que “corrói a democracia” e, sem citar ninguém, deixou no ar críticas ao surgimento de figuras políticas que “com sangue nos olhos e antidemocrática”.
“Como vimos nesses últimos tempos, com ‘abalos sísmicos’ no mundo político, que teve suas consequências. É importante dizer isso, porque esse vácuo deixado teve as consequências do retorno de uma extrema-direita com ódio no Brasil. Quem não enxerga essa sequência está falhando. Talvez, realmente não houvesse o que fazer depois que se descobriu a corrupção, mas sim antes, preventivamente. Temos que aprender com nossos erros institucionais e nos perguntar: por que chegamos a esse ponto?”, afirmou Moraes.
- Moraes manda Facebook entregar vídeo publicado por Bolsonaro após 8 de janeiro
- Alexandre de Moraes é o ministro do STF com mais pedidos de impeachment
“Por que chegamos a um ponto em que a corrupção, na verdade, perdeu a vergonha na cara, naquele momento do mundo político, todos os sistemas preventivos falharam, o combate à corrupção acabou criando um vácuo muito grande e esse vácuo gerou uma situação de polarização, ódio e do surgimento, não só no Brasil, mas no Brasil principalmente, de uma extrema direita com sangue nos olhos e antidemocrática também”, completa.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br