COP28

Marina diz que entrada do Brasil na Opep+ será para debater economia verde

A ministra do Meio Ambiente afirmou que o Brasil vai participar como "observador" e debaterá economia verde no grupo

Entre as condições estão que o Brasil participe como observador e de que a entidade discuta economia verde -  (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
Entre as condições estão que o Brasil participe como observador e de que a entidade discuta economia verde - (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
postado em 01/12/2023 16:53

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (1º/12) que não vê contradição na entrada do Brasil como associado na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), desde que o país esteja na condição de observador e de que a entidade discuta economia verde.

"Primeiro lugar, o Brasil não vai participar da Opep. Vai participar como observador, inclusive para usufruir daquilo que são os debates e os aportes tecnológicos", disse em coletiva de imprensa, em Dubai, onde participa da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28.

"É exatamente para levar o debate que precisa ser enfrentado no âmbito daqueles espaços que são os grandes produtores de combustível fóssil, que é o grande responsável pelo aquecimento do planeta", emendou.

Para a ministra, o grupo é capaz de ajudar o mundo na transição ecológica. "O Brasil pode ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a que também faça sua transição energética com hidrogênio verde. Obviamente que os países que são produtores de petróleo terão que entender", disse.

Os países membros da Opep têm obrigações a cumprir, como o aumento ou a redução da produção de petróleo para influenciar nos preços do produto. Na Opep+, grupo formado por 23 países entre membros e aliados, não há esse tipo de situação. Os países não integram a organização propriamente, mas atuam de forma conjunta em algumas políticas internacionais ligadas ao comércio de petróleo.

Questionado sobre o tema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se esquivou e afirmou que "não conhece os termos do convite”. Segundo ele, o Brasil deve ter um bom prazo para responder, até junho. O chefe da equipe econômica disse ainda que a indústria petrolífera deveria ser a primeira em investir em descarbonização.

“Acredito que a indústria do petróleo é a primeira que tem que investir na descarbonização. Se possível, ampliar muito os investimentos em pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias para ecológica. Ela é uma das grandes responsáveis pelos problemas que a gente está enfrentando”, disse Haddad.

Haddad disse que a Petrobras "está dando um bom exemplo para o mundo" neste sentido, com 10% no investimento em energia limpa, em seu novo plano estratégico. “Temos que deixar de consumir petróleo não porque ele vai acabar, mas porque a gente tem outras fontes para usar”, afirmou.

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