Em discurso da abertura da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, nesta sexta-feira (1º12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar dos países ricos o cumprimento da promessa de ajudar financeiramente os mais pobres para combater as mudanças climáticas.
“O planeta já não espera para cobrar da próxima geração. O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. De discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas”, declarou.
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O petista fez críticas aos gastos com armas, que, segundo ele, deveriam estar sendo utilizados para combater desigualdades e as mudanças no clima. “Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta? Somente no ano passado, o mundo gastou mais de 2 trilhões e 224 milhões de dólares em armas. Quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática”, indagou.
“Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas? A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres”, completou.
Lula também criticou a ONU sobre a incapacidade de manter a paz em conflitos mundiais, “porque alguns dos seus membros lucram com a guerra”. “Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo.”
Liderança global
O Brasil chegou ao encontro com a ambição de se tornar um dos líderes globais no combate ao aquecimento global. O presidente destacou os ajustes feitos pelo país nas metas climáticas, que segundo ele “são hoje mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos”.
“Reduzimos drasticamente o desmatamento na Amazônia e vamos zerá-lo até 2030. Formulamos um plano de transformação ecológica, para promover a industrialização verde, a agricultura de baixo carbono e a bioeconomia. Forjamos uma visão comum com os países amazônicos e criamos pontes com outros países detentores de florestas tropicais”, mencionou.
Na ocasião, Lula cobrou uma ação para o mundo se tornar menos dependente dos combustíveis fósseis, no momento em que o país avalia um convite para se associar à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o que é motivo de controvérsia. “É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Temos de fazê-lo de forma urgente e justa”, declarou o petista.
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