A Guarda Civil espanhola prendeu dois irmãos brasileiros acusados de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). As detenções foram feitas em Málaga, na segunda-feira. As autoridades do país europeu contaram com a participação da Polícia Federal (PF) e de agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI).
De acordo com nota emitida pelo Ministério do Interior da Espanha, os irmãos — cujos nomes não foram divulgados — estavam "imersos em um processo de radicalização". A operação contra a dupla começou depois que os investigadores identificarem mensagens em aplicativos nos quais eles declaravam apoio ao grupo radical islâmico.
"Ambos consumiam e difundiam, por meio de seus perfis na internet, material multimídia de propaganda do Daesh (sigla em árabe do nome anterior do grupo). Entre esse material, havia atividades terroristas realizadas em diferentes lugares, manuais para confecção de explosivos e envenenamentos, segurança cibernética, hacking, assim como documentos que justificam a violência da execução de ações suicidas", diz a nota conjunta dos ministérios do Interior e da Defesa espanhóis, aos quais a Guarda Civil é subordinada.
A suspeita é de que eles seriam recrutados para a atuação em atentados terroristas, provavelmente na Europa. Mas não se afasta a possibilidade de realizarem atentados em território brasileiro. Os dois irmãos apresentaram, nas imagens, indícios de fidelidade ao grupo e aos ideais dos terroristas radicais — que pregam a formação daquilo que definem como califado, em uma grande região do Oriente Médio que abrange territórios de países como Iraque e Síria. As ações cruéis contra aqueles que consideram infiéis ficaram infamemente famosas, uma vez que as imagens de pessoas sendo degoladas correram as redes sociais.
As diligências das autoridades espanholas apontam que a dupla tinha, também, ligações com outros suspeitos de envolvimento com o Estado Islâmico que foram presos ou estão sendo investigados na Europa. Entre os documentos encontrados com os irmãos estariam planos para assassinatos em massa.
As investigações prosseguem no Brasil e na Europa para apontar se existe a participação de outros suspeitos. Uma das características do Estado Islâmico é o recrutamento de pessoas nas comunidades muçulmanas em vários países. Nos quadros do grupo, há registros de cidadãos franceses, britânicos, norte-americanos, suecos, belgas e até mesmo brasileiros. Depois de dominar uma parte expressiva do Iraque e da Síria, o grupo radical controla partes menores dos dois países depois de uma campanha militar que envolveu tropas russas, norte-americanas e de países europeus — que, apesar disso, lutaram em lados diferentes da guerra civil síria. (Com Agência Estado)
Saiba Mais
-
Política Senado aprova projeto que facilita liberação de agrotóxicos no Brasil
-
Política Parlamentares do setor empresarial assinam manifesto pela desoneração da folha
-
Política Na "semana verde" na Câmara, Lucélia Santos encena vida de Chico Mendes
-
Política Papa Francisco cancela ida à COP28 por infecção pulmonar
-
Política Em vitória do governo, Congresso vai apreciar a MP das subvenções de ICMS
-
Política Dino começa visita aos senadores com reunião com relator