Depois de desmarcar um encontro com o príncipe saudita por causa do escândalo das joias que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou, ontem, e deve se reunir, ainda hoje, com o monarca Mohammad bin Salman. No encontro, a atração de investimentos do governo de Riad em obras de infraestrutura do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além das discussões sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
"A caminho de Riad para uma série de agendas de interesse nacional. Abertura de mercados e atração de investimentos, principalmente em energia renovável. Depois, iremos para Doha, e teremos a COP28 nos Emirados Árabes. Muito trabalho para recolocar nosso país no cenário internacional, e atrair investimentos que gerem emprego e desenvolvimento para o Brasil", publicou o presidente, em uma rede social.
Lula também participará, na capital da Arábia Saudita, de eventos empresariais envolvendo a Embraer e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Dali, segue para o Catar para um fórum com empresários, além de um encontro com o emir Tamim bin Hamad al-Thani.
A reunião com o monarca catari tem, também, um objetivo diplomático de fundamental importância para o Brasil: como o país é o principal interlocutor do Hamas, o Palácio do Planalto e o Ministério das Relações Exteriores querem uma conexão mais estreita visando não apenas a possível liberação de mais brasileiros que estejam na Faixa de Gaza ou na Cisjordânia, mas, sobretudo, se apresentar como um interlocutor confiável para a eventual construção de um plano de paz para a crise do Oriente Médio.
Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Lula participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28). Há a expectativa de que ele se reúna com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para concluir as negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia.
O presidente pretende fechar o pacto entre os dois blocos comerciais até 7 de dezembro, quando termina a presidência rotativa do Brasil no Mercosul. Além disso, quer evitar a possibilidade de o novo presidente argentino, Javier Milei — cuja posse é dia 10 —, criar problemas para o acordo com a UE.
Em 4 e 5 de dezembro, Lula vai à Alemanha, onde se reúne com o premiê Olaf Scholz para mais fechamento de acordos. Na volta ao Brasil, recepcionará os chefes de Estado do Mercosul, na cúpula de 7 de dezembro, no Rio de Janeiro.
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