O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a questionar nesta quarta-feira (22/11) a demora para a trégua humanitária na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Sem citar lados, o chefe do Executivo declarou que "os insanos que começaram a guerra" decidiram por um cessar-fogo de quatro dias, quando nem deveriam ter iniciado o conflito. "Precisava matar 6 mil crianças?", questionou Lula.
O acordo foi firmado na noite de ontem (21), e inclui a libertação de 50 reféns, mulheres e crianças israelenses, em troca de 150 mulheres e crianças palestinas sob controle de Israel. As primeiras libertações devem ocorrer amanhã (23). Enquanto a troca de reféns ocorrer, haverá cessar-fogo humanitário.
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"Nós estamos vendo o que está acontecendo em Israel. Nós estamos vendo o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Vocês viram que foi feito um acordo ontem depois de 14 mil mortos, depois de quase 6 mil desaparecidos, depois de quase 6 mil crianças mortas. Depois de centenas de mulheres fazerem cesariana para tirar o filho antes de morrer", discursou Lula em evento para anunciar a 1ª Seleção do Minha Casa Minha Vida, no Palácio do Planalto.
"Depois de tudo isso, os insanos que fizeram a guerra resolvem fazer um pacto de quatro dias, quando poderia nem ter começado a guerra. Precisava matar 6 mil crianças? Precisava deixar 6 crianças desaparecidas? Precisava sequestrar, fazer refém das pessoas?", acrescentou ainda o presidente.
Mais cedo, Lula também comentou a trégua em reunião virtual do G20. Apesar de celebrar a decisão, o presidente defendeu que a decisão demorou muito, e criticou a morosidade dos organismos internacionais, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que somente aprovou uma resolução pela trégua humanitária 40 dias após o início da guerra.
Governo lançou 187,5 mil unidades do Minha Casa Minha Vida
O evento marcou o anúncio da 1ª Seleção de Propostas para o Minha Casa Minha Vida. O governo federal selecionou mais de 1.200 empreendimentos para participar do programa habitacional, em 560 municípios. Ao todo, mais de 187,5 mil unidades serão construídas para os beneficiários da Faixa 1, ou seja, com renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 2.640,00). Do total de novas casas e apartamentos, 3.000 serão destinados a famílias que perderam seu único lar em emergências ou calamidades públicas, como desastres naturais, ou pela realização de obras públicas federais, nos estados do AC, AM, PE, RS e SP.
As propostas, enviadas por estados, municípios e construtoras, foram recebidas pela Caixa Econômica Federal, e selecionadas pelo Ministério das Cidades. Devido ao grande número de inscrições, o governo aumentou o número de unidades das 130 mil previstas inicialmente para as 187,5 mil seleções. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a Caixa recebeu propostas para mais de 900 mil unidades.
Também participaram do evento o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, além de governadores e parlamentares.