VIOLÊNCIA

Justiça concede medida protetiva para a ex do deputado Zé Trovão

Ana Rosa Schuster relatou em depoimento, obtido pelo Correio, ter sido ameaçada com uma faca e agredida; além disso, acusou o deputado de ser "muito agressivo" e de "falar com o tom de voz elevado com todas as pessoas com quem convive"

A Justiça concedeu à ex-companheira do deputado Zé Trovão (PL-SC), Ana Rosa Schuster, uma medida protetiva contra o parlamentar, por meio da Lei Maria da Penha, sob a acusação de agressão física e psicológica. No depoimento prestado à Delegacia Especial do Atendimento à Mulher do Distrito Federal, obtido pelo Correio, Ana Rosa afirmou que já havia sido agredida durante o relacionamento, “mas nunca havia registrado ocorrência ou requerido medidas preventivas de urgência”.

A mulher relatou que Zé Trovão “é muito agressivo e costuma falar com o tom de voz elevado com todas as pessoas com quem convive” e que o “relacionamento sempre foi abusivo, permeado por violência psicológica e ofensas constantes”. À polícia, a vítima contou que a relação é marcada por idas e vindas e que, sempre que discutem, “ele termina o relacionamento e diz para ela ‘ficar quieta’”.

Segundo o depoimento, Ana Rosa já teria sido ameaçada, “dentro de casa, com uma faca de cozinha”, em 9 de setembro, e, há cerca de uma semana, eles terminaram, em meio a uma briga, e “acabaram discutindo e trocaram ofensas”. "Que MARCOS (Antonio Pereira Gomes, nome do deputado) empurrou a declarante, que tentou se defender, e os dois acabaram entrando em vias de fato."

“Em determinado momento, Marcos apertou forte o pescoço da declarante, como se quisesse enforca-la, e disse: ‘Vou acabar com você!’. Que a declarante resolveu acionar a Polícia e, enquanto isso, Marcos ligou na portaria, pedindo que a Depol (Departamento de Polícia Legislativa) subisse para retira-la do apartamento. Que, pouco tempo depois, como ninguém apareceu, Marcos ligou novamente para a portaria, solicitando que a Depol comparecesse e expulsou a declarante de casa. Que Marcos ligou para um irmão da declarante e disse que queria ela fora do apartamento imediatamente. Que, então, a declarante pegou uma bolsa contendo apenas um biquíni e uma toalha, momento em que Marcos a conduziu até o térreo”, contou ela.

Ana Rosa disse à polícia que se relacionava com Zé Trovão há cerca de 11 meses, passou a morar com o deputado em junho deste ano e que o casal não têm filhos. Ela disse, ainda, que, após a separação, "estava tentando reorganizar a sua vida, inclusive profissional, que foi devastada após o relacionamento com Marcos".

Ao conceder a medida protetiva, a Justiça do DF determinou que Zé Trovão está proibido de se aproximar da ex-companheira e precisa manter um limite de 300m de distância dela. Além disso, ele está vedado de tentar qualquer contato telefônico ou por meio das redes sociais com Ana Rosa. Também foi autorizado, caso necessário, reforço policial.

No começo da noite desta segunda-feira (20/11), a assessoria do deputado respondeu ao contato do Correio, afirmando que lamenta o ocorrido e que, embora já estivessem separados há algumas semanas, "a ex-noiva se recusava a aceitar o fim do relacionamento e, num momento de exaltação em uma discussão, ela o agrediu fisicamente".

"O deputado apenas a conteve, sem jamais feri-la. E frisa que, por sua própria iniciativa, chamou a polícia com a intenção de preservar a ambos. Em seguida, todos se encaminharam à delegacia. Zé Trovão reafirma que jamais agrediu a ex-noiva, ressalta que tem respeito e consideração pelo período em que estiveram juntos e que todos os fatos foram devidamente elucidados junto à autoridade policial. O deputado se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos necessários", diz o comunicado.

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