A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi eleita pela revista Time uma das 100 lideranças climáticas mais influentes do mundo. A publicação foi divulgada nesta quinta-feira (16/11).
O periódico norte-americano passou meses identificando pessoas que são "agentes de mudanças" na área climática em todo mundo, até fazer a lista final de integrantes. De acordo com o texto, os selecionados "fizeram progressos significativos no combate às alterações climáticas através da criação de valor empresarial".
Marina foi considerada entre os colegas como destaque na agenda de mudança climática por ter anunciado recentemente que o desmatamento na Amazônia diminuiu 20%, em comparação ao ano passado.
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"A sequência impressionante de impactos climáticos sem precedentes em 2023 mostrou que os esforços de adaptação são mais do que nunca uma prioridade. É uma conversa difícil, porque a adaptação é, por definição, local e exige muito dinheiro, mas perder vidas não é uma opção e a responsabilidade que partilhamos é global.[...]É lamentável que tenhamos perdido um tempo precioso para a ação climática nas últimas duas décadas porque o lobby dos combustíveis fósseis trabalhou para bloquear o progresso tão necessário. A conta agora é muito mais alta e será impossível pagar se demorarmos mais", disse a ministra em entrevista à Time.
Para avançar a agenda climática, Marina comentou que falta comprometimento.
"Temos um raro consenso científico sobre o que se passa, temos a informação, conhecemos os custos da inação, sabemos o que queremos evitar, sabemos o que precisamos de fazer e, claro, temos o dinheiro para ganhar o necessário esforço de transição. Ano após ano, enfrentamos cada vez mais as consequências da inação nas alterações climáticas. As pessoas e os países vulneráveis são os mais afetados, mas os governos e as empresas não conseguem recursos suficientes e não fazem avançar a agenda climática devido à sua falta de ambição e, mais importante, à falta de compromisso. Já temos uma parte significativa das respostas técnicas necessárias para implementar a transformação ecológica de que o mundo tanto necessita. O que nos falta é o compromisso ético de utilizar recursos tecnológicos, humanos e financeiros para aumentar as nossas probabilidades contra as terríveis consequências das alterações climáticas", enfatizou.
Sobre novas legislações para proteger o meio ambiente e diminuir os impactos da mudança climática, a ministra aponta que não há uma só resposta. "É difícil mencionar uma única legislação importante sobre as alterações climáticas, mas todos os países precisam de sociedades e governos conscientes e corajosos para pressionarem por legislações consonantes com os novos desafios decorrentes da emergência climática. Em muitos países, incluindo o Brasil, enfrentamos agora a ameaça de sérios retrocessos na legislação que, se aprovada, representará sérios riscos para a luta contra as alterações climáticas."