Guerra Hamas-Israel

Repatriados de Gaza vão receber apoio do governo para seguir em frente

Segundo o secretário nacional de Justiça, Augusto Arruda Botelho, foram emitidos CPFs e demais documentos para que o grupo possa ser beneficiado por programas de assistência do governo

O secretário nacional de Justiça, Augusto Arruda Botelho, afirmou, nesta terça-feira (14/11), que os 32 repatriados vindos da Faixa de Gaza tiveram uma “tarde de escuta” de demandas com representantes do governo. O grupo desembarcou na Base Aérea de Brasília, e segue na capital federal, onde receberam informações sobre políticas públicas que podem ajudá-los a seguir em frente no Brasil após o período traumático em meio ao confronto militar. 

“Hoje, depois da operação bem sucedida de repatriação, no início da operação na data de ontem (13), tivemos uma manhã e uma tarde principalmente de escuta. Todos os ministérios envolvidos nessa força-tarefa, que é coordenada pela Secretaria Nacional de Justiça, ouviram o grupo, ouviram necessidades específicas de cada indivíduo, de cada família”, contou Botelho à imprensa.

Segundo o secretário, foi detalhado aos repatriados as políticas públicas que podem ser oferecidas, além de como será a dinâmica a partir de agora, com os  os brasileiros e os parentes palestinos em segurança no Brasil. Botelho declarou que nenhum pedido de refúgio foi feito, embora o Ministério da Justiça, responsável pela política, tenha se preparado para isso.

“Cada ministério responsável por determinada área explicou o processo que vai acontecer a partir de agora, explicou que políticas públicas nosso país pode oferecer para esse grupo, alguns procedimentos práticos e objetivos do acolhimento que vai acontecer de uma parcela desse grupo a partir de amanhã (15) no estado de São Paulo”, declarou o secretário.

Entre as demandas, como disse Botelho à imprensa, está a documentação do grupo. Ele destacou que foram emitidos 10 CPFs “para que eles possam ser inseridos em programas de assistência do governo federal”.

“Houve uma série de pedidos que têm relação com a regularização migratória, como, por exemplo, segunda via de certidão de nascimento, de RG, de documento de estrangeiro. Houve a necessidade de providenciar esse documento para que as autorizações migratórias possam continuar”, observou.

A recepção brasileira aos repatriados também garantiu que as crianças recebessem as vacinas previstas no calendário vacinal e o grupo, que “passou por momentos extremamente difíceis, numa zona de guerra central, mas que precisam ser superados”, recebem acompanhamento psicológico e de assistência social.

“As agências da ONU (Organização das Nações Unidas) que tratam especificamente da matéria de imigração e refúgio, com uma larga experiência nesse tipo de situação, estiveram presentes e continuarão presentes por todo esse processo de repatriação, que não é um processo simples, não é um processo rápido, não vai acontecer em uma manhã e nem em uma tarde”, declarou Botelho, que também garantiu que todas as pasta da força-tarefa seguirão acompanhando a situação.

Quarta-feira (15), às 10h, parte do grupo partirá em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para São Paulo, e depois seguirão em um trajeto terrestre até o local onde ficaram abrigados. "Todo esse trajeto será acompanhado por técnicos do Ministério da Saúde, agências internacionais da ONU e pelo Ministério da Justiça”, disse o secretário. 

Botelho frisou que qualquer necessidade dos repatriados que não tenha sido atendida nesse primeiro momento será feito durante o acompanhamento das pastas. Os 26 repatriados serão encaminhados para um abrigo no interior de São Paulo na manhã desta quarta (15).

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