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Lula e premiê indiano criticam 'fragilidade do multilateralismo'

Em conversa por telefone, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro da Índia citam veto dos EUA à resolução brasileira apresentada no Conselho da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversaram, nesta sexta-feira, por telefone, sobre a "fragilidade do multilateralismo", citando como exemplo o veto dos Estados Unidos à resolução brasileira sobre a guerra no Oriente Médio, apresentada no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O chefe do Executivo brasileiro também relatou os esforços para o retorno ao país de 1.445 pessoas que estavam em Israel e na Cisjordânia. O petista afirmou que o Brasil aguarda a liberação da fronteira de Gaza para a repatriação de 34 pessoas — brasileiros e seus parentes palestinos — a partir do Egito.

"Ambos trocaram impressões a respeito da fragilidade do multilateralismo, exemplificado pelo veto à proposta brasileira no Conselho de Segurança da ONU, não obstante o expressivo apoio que obteve e sem que qualquer outra proposta fosse aprovada", informou, em nota, a assessoria do Palácio do Planalto.

Modi, por sua vez, elogiou a atuação brasileira na presidência do Conselho e salientou a importância de que os novos integrantes do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) participem da reforma das instituições de governança global.

O primeiro-ministro indiano sugeriu uma reunião de chanceleres do Ibas (fórum de diálogo entre Índia, Brasil e África do Sul), no próximo semestre, como etapa preparatória para uma cúpula do grupo, a ser realizada também em 2024.

Lula confirmou participação na segunda cúpula virtual Vozes do Sul Global, no próximo dia 17, e na cúpula virtual do G20, no dia 22. "O presidente reiterou a necessidade de contar com a parceria da Índia na defesa da democracia contra os extremismos e negacionismos. Ressaltou interesse do Brasil de aproximar ainda mais as relações com o país, nos campos de comércio, transição energética, tecnologia e, igualmente, na concertação política nos foros internacionais", concluiu a nota.

Janja

Também nesta sexta-feira, a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, conversou por telefone com a primeira-dama da Turquia, Emine Erdogan. A brasileira foi convidada para o manifesto Unidos pela paz na Palestina, no próximo dia 15, na Turquia. Janja informou que não poderá participar pessoalmente, mas elogiou a iniciativa e, segundo a assessoria, ela marcará presença de forma remota.

"O que estamos vivendo reforça o que tenho falado, há meses, sobre como as guerras vitimam e afetam gravemente crianças e mulheres. De acordo com a ONU, 70% das vítimas dos conflitos em Gaza são mulheres e crianças", escreveu Janja, nas redes sociais. "A crise humanitária se aprofunda, e a construção de corredores humanitários e cessar-fogo se tornam ainda mais urgentes. Esta é uma oportunidade para reforçarmos e apoiarmos os esforços de nossos países na ONU. Civis devem ser protegidos, como exigem as leis internacionais que foram construídas a partir do aprendizado histórico que acumulamos como humanidade."

 

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