O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (10/11), que Israel é um dos responsáveis pelo controle da passagem fronteiriça de Rafah. Segundo Vieira, o país tem militares encarregados do posto de fronteira entre a Palestina e o Egito, por isso é fundamental a negociação com os dois países.
“Israel tem uma palavra definitiva com relação a quem sai. Há militares de Israel em Gaza e a abertura é feita do lado de Gaza com autorização e participação direta de Israel”, disse Vieira sobre a situação de resgate dos 34 brasileiros retidos no território palestino da Faixa de Gaza.
A declaração do chanceler vai de encontro a declarações do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que buscou responsabilizar a demora na libertação dos brasileiros em razão das ações do Hamas, dizendo que o grupo terrorista controlaria todo território.
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Sobre as declarações do embaixador israelense, o ministro disse que não conversa com ele e sim com o chefe dele, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen. Vieira também disse desconhecer qualquer desconforto com Israel, apesar de alguns integrantes do Planalto avaliarem como insustentável a permanência de Zonshine no Brasil, ainda mais depois de realizar um encontro na Câmara com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com parlamentares da oposição.
Vieira também ressaltou que, autorizada a passagem, a operação de resgate dos brasileiros contará com todos os 34 integrantes da lista encaminhada pelo Itamaraty. Divulgada antes pelas autoridades de Israel e do Egito constando apenas 33 nomes, Vieira disse que a lista já foi corrigida e não ficará nenhum nacional para trás na operação de repatriação.
O pedido do Brasil é que a operação de resgate aconteça no balneário egípcio de El-Arish, a 53 km da fronteira com Gaza, na aeronave Embraer E190 da Presidência da República que segue de prontidão no Cairo, capital egípcia. Mas o chanceler destacou que isso ainda será definido pelo governo do Egito em função das limitadas dimensões do aeroporto que está voltado ao recebimento de ajuda humanitária.
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