Atriz e ex-secretária especial de Cultura da gestão de Jair Bolsonaro, Regina Duarte, de 76 anos, diz ter sido "defenestrada" pelo ex-presidente e revela que sofreu rejeição da classe artística ao tentar retornar aos palcos. Em entrevista ao Portal UOL, publicada nesta sexta-feira (3/11), a atriz afirmou também não se arrepender da passagem pela política. "Quis viver essa experiência, vivi dando tudo o que eu podia dar".
Regina disse que o convite para integrar o governo de Jair Bolsonaro era "irresistível", mas admite que não estava pronta para o cargo. “Foi assustador, mas me ajudou a crescer. Hoje, consigo proteger melhor a menina ingênua do interior que eu insisto em exercer. Sou curiosa, interessada. Quis viver essa experiência. Vivi dando tudo o que eu podia dar. Fui defenestrada, essa palavra me ocorreu agora há pouco, e não me arrependo. Pelo contrário, foi muito bom para mim. Eu não estava preparada. Eu sabia disso, mas eu contava com Humberto Braga”, relata.
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Para embarcar no governo Bolsonaro, Regina encerrou um contrato com a TV Globo de 50 anos, em 2020, e assumiu a Secretaria Especial de Cultura, ficando no cargo por apenas três meses. Desde então, encontra dificuldades para voltar ao meio artístico.
“Tentei fazer teatro no ano passado, mas os dois textos que escolhi não foram aprovados pelos autores. Não quiseram se envolver comigo, por suas razões, que eu entendo perfeitamente. Então, fiquei assim, meio no limbo, ano passado todo, e no início deste ano o anjo jogou umas folhas em cima de mim”, diz a atriz.
Com dificuldades para o retorno na profissão, Regina diz apostar na arte botânica e ser um “novo caminho de expressão”. Em outubro deste ano, a atriz inaugurou, em uma galeria de São Paulo, a exposição A natureza e eu: novas descobertas, com obras feitas de folhas, flores e cascas de troncos que encontra pelas ruas da cidade paulista.
*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori
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