O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, telefonou na manhã desta sexta-feira (3/11) para o chanceler de Israel, Eli Cohen. O contato é mais uma investida da diplomacia brasileira na negociação para repatriar os 34 brasileiros e familiares que seguem retidos no território palestino da Faixa de Gaza, epicentro do conflito entre o grupo Hamas e Israel.
Mais de 400 norte-americanos estão nas duas primeiras listas de autorizados a deixar Gaza, o que criou uma sensação no meio diplomático de que Israel está priorizando os aliados mais próximos, enquanto pune os países que não se alinham incondicionalmente com a política de atuação militar em Gaza. As listas para a saída de estrangeiros do território palestino envolvem uma complexa negociação entre os governos de Israel, do Egito e o governo do Catar, que vem servindo de interlocutor com o grupo terrorista Hamas, que ainda controla o território em Gaza.
No grupo de 34 brasileiros que aguardam pela repatriação, metade deles são de crianças, a maioria com dupla nacionalidade, além de alguns familiares diretos de cidadãos brasileiros.
Mauro Vieira vem intensificando os contatos na região. Na quinta-feira (2/11), conversou com o homólogo egípcio, Sameh Shoukry, e pediu pela saída dos brasileiros que devem fazer a rota pela passagem de Rafah, deixando Gaza para o território do Egito.
Com brasileiros fora das três primeiras listas de autorizados a sair, autoridades do Brasil estão incomodadas com a falta critérios usados por Israel e Egito para essas autorizações, o que reforça a desconfiança que Israel, que também precisa autorizar a saída do território palestino, estaria “castigando” aqueles países que demonstraram qualquer reserva quanto a operação militar de retaliação israelense.
Prioridade da diplomacia brasileira, a expectativa é que a saída dos brasileiros de Gaza ocorresse, no mais tardar, no sábado (4/11). Um avião Embraer E190, da presidência da República do Brasil, aguarda no aeroporto do Cairo, no Egito, para realizar o transporte do grupo na repatriação para o Brasil.