Política externa

Lula e presidente espanhol discutem acordo Mercosul-União Europeia

Segundo o Planalto, telefonema entre Lula e o presidente do Governo Espanhol, Pedro Sánchez, durou 30 minutos nesta manhã (3/11). Ambos defendem acelerar a finalização do acordo comercial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone nesta sexta-feira (3/11) com o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez. Segundo o Planalto, a conversa durou 30 minutos e tratou principalmente do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Uma nova rodada de negociações está prevista para começar na semana que vem.

No telefonema, Lula destacou a necessidade de acelerar a conclusão do acordo, e voltou a criticar as duras exigências ambientais estabelecidas pela União Europeia para que o pacto seja firmado. Por sua vez, Sánchez concordou que é preciso agilizar as negociações e se dispôs a manter conversas em alto nível com esse objetivo. Lula também convidou o presidente espanhol para uma visita ao Brasil, e Sánchez disse ter interesse em fazê-la assim que possível.

"Nesta manhã, conversei por telefone com o meu amigo, o presidente da Espanha Pedro Sánchez, que está na Presidência do Conselho da União Europeia, Falamos sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia e de fazermos um esforço para concluir a negociação antes do fim das presidências do Brasil e da Espanha em cada bloco", escreveu Lula em sua conta no X (antigo Twitter).

Acordo travado

O acordo entre Mercosul e União Europeia está em discussão há mais de 20 anos. Recentemente, está travado por conta de duras exigências ambientais feitas pelo bloco europeu contra o Mercosul para que o pacto seja firmado, prevendo, inclusive, sanções econômicas aos países americanos em caso de descumprimento. Lula é vocalmente contra as imposições.

Em nota, o Planalto relatou que tanto Lula quanto Sánchez concordam que há uma grande oportunidade para a conclusão do acordo com o Brasil ocupando a presidência do Mercosul, e a Espanha, da União Europeia. Lula destacou os avanços brasileiros na área de energia verde, como o uso de energia limpa por 80% da matriz energética brasileira

O presidente brasileiro também voltou a criticar o trecho do acordo que prevê acesso do bloco europeu às compras públicas brasileira, citando a necessidade de reindustrializar o Brasil e demais países do Mercosul. 

"O presidente Sánchez demonstrou concordância com a necessidade de acelerar a finalização do acordo e que ele deve se basear em uma relação de confiança mútua. Salientou, nesse sentido, a disposição demonstrada pela Comissão Europeia e se predispôs a manter novas conversas em alto nível com vistas a concluir o acordo com brevidade", diz ainda a nota do Planalto.

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