O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta quinta-feira (30/11) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde participa nesta sexta-feira (1°/12) da Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, a COP28. Ao todo, o chefe do Executivo participará de cerca de 26 agendas nos dois dias do evento. Na sexta, o petista tem 16 encontros programados.
Mais cedo, Lula disse que a discussão sobre o clima na COP 28 "pode não ser não ser decisiva". "Nós estamos com um vasto programa, muito grande, de energia verde e renovável. Nós estamos com um vasto programa de recuperação de terras degradadas. Acho que a discussão que vai se dar na COP ainda pode não ser decisiva, mas acho que vamos ter que mudar o jogo para que as pessoas aprendam que o planeta não está brincando. O planeta está avisando: cuidem de mim porque senão são vocês que vão perder", apontou, antes da decolagem em Doha, no Catar, onde participou da abertura do Fórum Econômico Brasil – Catar: Oportunidades e Negócios e teve um encontro bilateral com o Emir Tamim bin Hamad al-Thani.
"Vamos para a COP discutir a preservação da Floresta Amazônica e ver se os países ricos estão dispostos, efetivamente, a fazer os investimentos para os países que têm floresta manterem suas florestas em pé e o povo tomando café, almoçando e jantando todo dia, porque embaixo de cada copa de árvore mora um cidadão brasileiro", reforçou.
Na sexta, entre os destaques das reuniões estão encontros com o presidente de Israel, Isaac Herzog, o secretário-geral da ONU, António Guterres, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o premiê da Espanha, Pedro Sánchez. Para além da COP28, a expectativa do encontro entre Lula, Von der Leyen e Sánchez é de conclusão das negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia.
O petista deseja finalizar o acordo até o dia 7 de dezembro, quando chega ao fim a presidência rotativa do Brasil no bloco e antes da posse do novo presidente argentino, Javier Milei, marcada para o dia 10, que já se manifestou a favor da saída da Argentina do bloco, o que dificultaria a negociação.
G20
Nesta sexta-feira (1/12), o Brasil também assume a Presidência temporária do G20, o grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. Será a primeira vez que o país ocupa essa posição na história do grupo no formato atual. O mandato brasileiro tem a duração de um ano.
Ao longo dos próximos meses, o Brasil ficará responsável por organizar reuniões temáticas e setoriais entre os países do grupo. O material será reunido e debatido na 19º Cúpula do G20, marcada para 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. O lema da presidência brasileira será "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável".
Lula chegou a dizer, na semana, que o evento é mais importante, do ponto de vista político, "do que uma Copa do Mundo" e que terá como uma das prioridades a transição energética.
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Os três principais eixos da presidência brasileira do G20 serão pautados pelo combate à fome, à pobreza e à desigualdade; as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental); e a reforma da governança global.
A partir desta sexta, o site oficial e as redes sociais do G20 também passarão a ser administradas pelo governo brasileiro. A página será disponibilizada em três idiomas (português, inglês e espanhol) e vai conter, além de informações sobre o grupo e sua história, detalhes sobre os grupos de trabalho, grupos técnicos, forças-tarefa, reuniões e demais iniciativas da presidência brasileira do G20.
Projeção no Museu Nacional
Em Brasília, no fim da tarde de sexta-feira, uma projeção será feita no Museu da República, em Brasília, com as principais mensagens da Presidência brasileira do G20. Também haverá, entre os dias 4 e 18 de dezembro, uma campanha de mídia nos aeroportos de Guarulhos (São Paulo), Galeão (Rio de Janeiro) e Juscelino Kubitschek (Brasília), dando as boas-vindas a quem chega ao país. O G20 responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população mundial.
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