Diplomacia

Lula diz que refém brasileiro pode ser liberado e agradece emir do Catar

Autoridade máxima do país árabe, Al-Thani foi o principal articulador das negociações entre Israel e o Hamas para tréguas na guerra e liberação de reféns

Lula e o Emir do Catar, o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani, durante encontro em Doha -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Lula e o Emir do Catar, o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani, durante encontro em Doha - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
postado em 30/11/2023 11:29

Em viagem ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (30/11) com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, e o agradeceu pela mediação na liberação de brasileiros e familiares que estavam na Faixa de Gaza e foram repatriados. Sobre um refém brasileiro, que ainda se encontra no local, o petista disse que ele “ainda pode ser liberado por esses dias”.

“O Catar teve um papel importante para a liberação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza. Ainda tem mais brasileiros lá, um refém ainda pode ser liberado por esses dias e eu vim agradecer”, disse o presidente em conversa com jornalistas em Doha, a capital do Catar, após o encontro.

A assessoria da Presidência da República não deu mais informações sobre o brasileiro que ainda é mantido em cativeiro. No fim de outubro, o Itamaraty confirmou que o brasileiro-israelense Michel Nisembaum, de 59 anos, estava entre os desaparecidos após o ataque do Hamas. Em postagem divulgada nesta quinta, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv (Israel) informou que o embaixador Frederico Meyer se encontrou com a irmã do "único brasileiro refém em Gaza".

Autoridade máxima do país árabe, al-Thani foi o principal articulador das negociações entre Israel e o Hamas para tréguas na guerra e liberação de reféns. Em discurso na sessão de abertura do Fórum Empresarial Brasil-Catar, Lula disse que o Catar tem papel central em prol da paz no conflito.

Investimentos

Na ocasião também foram debatidas oportunidades de investimentos, ampliação do comércio exterior e parceria na organização do G20 — o grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana.

Na conversa, o Emir afirmou ter interesse em ampliar os investimentos bilaterais, aceitou convite do presidente Lula para uma visita ao Brasil em 2024 e para auxiliar na presidência brasileira do G20, que o país toma posse nesta sexta (1º) . O presidente Lula comentou sobre as oportunidades de diversificação da pauta comercial com a inclusão de produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer.

"O Brasil voltou a participar da geopolítica mundial e o Catar é um parceiro importante, com potencial de investimentos sobretudo na questão de novas pesquisas, na exploração de petróleo, no reflorestamento, na manutenção de agricultura de baixo carbono. O Brasil está fazendo uma transição energética forte e acho que eles vão ter muito interesse", afirmou Lula.

Lula estava acompanhado de uma comitiva de ministros, como Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além de representantes da Apex, da Petrobras e do BNDES. De Doha, o presidente segue ainda nesta quinta para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde vai participar da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP28.

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