LEGISLATIVO

Randolfe põe culpa de adiamento de sessão do Congresso em Plenário ocupado

Líder do governo no Congresso reconhece, porém, que há impasse em vetos às propostas do arcabouço fiscal, Carf e marco temporal

Randolfe negou que ausência de acordo seja a razão para adiamento:
Randolfe negou que ausência de acordo seja a razão para adiamento: "Nós estávamos preparados para irmos ao plenário do Congresso e aguardar ter quórum" - (crédito: Pedro França/Agência Senado)
postado em 23/11/2023 14:51 / atualizado em 23/11/2023 14:51

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou, nesta quinta-feira (23/11), que a razão para o adiamento da sessão Congresso, prevista para hoje, seria o uso do plenário da Casa Baixa em um evento.

“O presidente (da Câmara), Arthur Lira (PP-AL), comunicou ao presidente do Senado que o plenário da Câmara estava sendo ocupado e, por conta disso, o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu cancelar a sessão, por óbvio, porque o espaço da sessão é o plenário da Câmara dos Deputados”, justificou Randolfe.

Entre os vetos que estavam previstos para serem analisados pelos parlamentares estão o do marco temporal na demarcação de terras indígenas, ao arcabouço fiscal e ao do desempate em favor do Fisco em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Embora o senador tenha usado o espaço como justificativa, ontem (22), já circulava uma nota da bancada PSol/Rede antecipando o cancelamento da sessão, acusando de que “há uma clara tentativa de greenwashing pré-COP28 e o acordo gira em torno de votar essa tão polêmica e ofensiva matéria dos vetos ao PL 2903 após o retorno da Conferência”.

Randolfe, no entanto, negou que a ausência de acordo seja a razão para o adiamento. “Da parte do governo e da parte do presidente do Senado, nós estávamos preparados para irmos ao plenário do Congresso e aguardar ter o quorum.”

“É óbvio que é uma sessão de vetos. Por ser uma sessão de vetos e pelo governo ter posições diferentes da oposição e ter posições diferentes a serem externadas, não se tem acordo. Mas a razão do cancelamento da sessão no Congresso, neste momento, é porque o plenário da Câmara está ocupado.”

O líder do governo afirmou que está sendo negociado para que a sessão ocorra na próxima terça-feira (28), às 12h, e, “logo em seguida, vir aqui ao plenário do Senado e apreciar a pauta que esta prevista, entre eles em destaque, o PL (projeto de lei) de fundos exclusivos e offshores”.

Na reunião de líderes da Câmara de ontem, deputados sinalizaram que há impasse no caso dos vetos do arcabouço fiscal e do Carf, porque o acordo para as votações não teria sido cumprido. “Esse impasse existe. O governo tem uma posição com relação ao veto ao arcabouço, mas está à disposição para dialogar com os líderes, com o próprio presidente Arthur Lira, no que compreenderem em relação a esse tema.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o novo arcabouço fiscal com dois trechos vetados: um que determina que as despesas de investimentos considerados essenciais do Executivo possam ser reduzidas na mesma proporção que as despesas não obrigatórias; e outro, que trata da exclusão de despesas primárias do cálculo da meta de resultado primário, excluindo o pagamento de juros.

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