A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou, nesta terça-feira (14/11), ter contratado o hacker Walter Delgatti Neto para inserir dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em depoimento à Polícia Federal, nesta tarde, a parlamentar alegou que repassou dinheiro ao investigado para que ele trabalhasse em um site para ela.
Zambelli depôs na sede da corporação, em Brasília, nesta tarde, por pouco mais de duas horas. Delgatti Neto disse aos investigadores que a deputada o teria contratado para fraudar as urnas eletrônicas e inserir um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no sistema do CNJ.
- Carla Zambelli confirma encontros com o hacker Walter Delgatti Neto
- STF torna Carla Zambelli ré por porte ilegal de arma e constrangimento
Inicialmente, a investigação apontou que o hacker teria recebido R$ 13 mil, pagos por assessores de Carla Zambelli. A deputada alegou que repassaiu R$ 3 mil referente a serviços para o site dela. Segundo a parlamentar, a Polícia Federal comprovou que o restante (R$ 10,5 mil) na conta dele não saíram de contas ligadas à ela.
“Foi esclarecido que houve pagamento de R$ 3 mil, em novembro, por meio da empresa de mídia que eu contratei e subcontratou o Walter para poder mexer no site na época que eu fiquei sem rede social. Ele não entregou o serviço. Já o pagamento de R$ 10.500 feito pelo Renan [assessor] foi uma transação de uísque entre eles que tem todas as comprovações. Confio nas pessoas, por isso confiei nele e o contratei para realizar os serviços de site”, disse após sair da oitiva.
Em agosto, o gabinete na Câmara dos Deputados e o apartamento funcional que a deputada ocupa, na capital, foram alvos de busca e apreensão por parte da PF. Foram cumpridos ainda mandados contra alguns de seus assessores e um de prisão preventiva contra Delgatti Netto.
Hacker da ‘vaza-jato’
Walter Delgatti Neto ficou conhecido por hackear trocas de mensagens do ex-juiz da Operação Lava-Jato Sérgio Moro, hoje senador, e do ex-procurador da República e deputado cassado Deltan Dallagnol. Ele afirmou aos investigadores que Carla Zambelli pediu para que ele invadisse as urnas eletrônicas, além da conta de e-mail e telefone do ministro Alexandre de Moraes.
O hacker também informou à Polícia Federal que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em agosto de 2022, por intermediação da deputada federal. Ele relatou que o ex-chefe do Executivo questionou se era possível invadir o sistema de votação do TSE.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br