O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), assinaram nesta quarta-feira (8/11), no Rio, o acordo de cooperação pela criação do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), que visa o enfrentamento às fontes de renda do crime organizado.
O grupo será permanente, com integração entre agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil do Rio de Janeiro, com um espaço físico na capital fluminense. A ideia é que haja cooperação e troca de inteligência entre os membros, além de interação com órgão financeiros, como a Fazenda, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
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"Esse problema na lavagem de dinheiro está funcionando dentro do sistema financeiro nacional. E quando eles entram dentro do sistema financeiro nacional, eles entram em uma normalidade. O crime vira quase que normal, quase de normal, e nós não podemos deixar que o crime se formalize", declarou Castro em coletiva de imprensa após a assinatura do documento.
Medida complementar à GLO
A criação do grupo já havia sido anunciada por Dino em meio à crise na segurança pública do Rio de Janeiro, que se agravou após a queima de 35 ônibus motivada pela morte de um miliciano pela polícia. A ideia é que seja complementar à Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada em portos, aeroportos e fronteiras. Enquanto o Cifra atua na esfera financeira, a atuação dos militares visa a logística do crime organizado, como a entrada de armas e drogas na região.
Dino também comentou, à imprensa, sobre a GLO, que teve início na segunda-feira (6). "Nós acreditamos que a GLO fecha corredores logísticos. Mas aí haverá especialistas dizendo ‘mas aí haverá o uso de outros corredores logísticos’. Claro que sim, mas isso implica, em primeiro lugar, na desarticulação das redes já estabelecidas e, em segundo lugar, aumento do custo da movimentação dessa suposta nova engrenagem", destacou o ministro.
No evento, Dino e Castro também entregaram 218 viaturas à Polícia Militar do Rio de Janeiro, um investimento estimado em R$ 47 milhões.
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