São Paulo

Prefeito de São Bernardo do Campo quer prisão do presidente da Enel após apagão

Na sexta-feira, 3, uma forte chuva atingiu a região e deixou diversas localidades sem luz. Nesta terça, ao menos 200 mil imóveis continuam sem energia elétrica

Orlando Morando  -  (crédito: Divulgação/ Alesp )
Orlando Morando - (crédito: Divulgação/ Alesp )
postado em 07/11/2023 19:15

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, deveria ser preso e responsabilizado pelo apagão que já chega ao quarto dia e ainda atinge ao menos 200 mil domicílios em 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com Morando, o Ministério Público do Estado deveria pedir a prisão preventiva de Cotugno para "resguardar os direitos da sociedade". "Ele é um criminoso", disse ao Estadão.

"Se qualquer gestor público estivesse cometendo as atrocidades que eles estão cometendo, seguramente o Ministério Público teria pedido o afastamento do cargo e a prisão. É inaceitável. Não é razoável o deboche que com que eles estão tratando a sociedade. Além de não atender a população, comprovadamente reduziu as equipes de manutenção. Ele (presidente da Enel) se sente no direito de debochar e achar que isso é normal, que é um caso fortuito, atípico, que tá dentro da expectativa. É o fim do mundo", disse.

Pelas redes sociais, Morando cobrou medidas das autoridades. "Até quando as autoridades vão continuar lenientes? Será que não seria razoável prender o presidente da Enel até que ele pudesse religar todos os lares de São Paulo e devolver energia elétrica? Garantir que todas as escolas, públicas e privadas, voltassem a funcionar, além de todos os equipamentos de saúde. Creio que desta forma, com ele preso, a companhia, pela qual ele é responsável, seria um pouco mais eficiente e menos displicente com a população", escreveu.

O prefeito de São Bernardo do Campo, quarto maior município do Estado, afirmou ainda que Cotugno "é um criminoso" e que pessoas podem ter morrido com a falta de energia nas cidades afetadas pelo blecaute.

"Provavelmente, gente morreu. Quem precisava de equipamento dependente de energia elétrica, aqueles que estão em home care podem ter perdido a vida. Esse sujeito tinha que ser preso para resguardar os direitos da sociedade. Ele é criminoso. Eu estou afirmando", disse ao Estadão.

A declaração de Morando ocorre depois de Cotugno afirmar, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que não há motivos para a empresa se desculpar. De acordo com ele, "o vento foi absurdo".

Imóveis permanecem sem energia

Na sexta-feira, 3, uma forte chuva atingiu a região e deixou diversas localidades sem luz. Nesta terça, ao menos 200 mil imóveis continuam sem energia elétrica.

A Enel Brasil afirmou que "colocou quase 3 mil profissionais nas ruas que seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo". A previsão é que o serviço seja totalmente restabelecido até a noite desta terça-feira.

Durante a tempestade, sete pessoas morreram. Duas mortes ocorreram na capital paulista. As cidades de Santo André, Osasco, Suzano, na Grande São Paulo, Limeira, no Interior, e Ilhabela, na Baixada Santista, registraram uma morte cada.

Manifestação ocorre em São Paulo

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizam protesto nesta terça na sede da Enel na capital paulista. Eles cobram retorno imediato da energia elétrica aos imóveis. "Mais de 2 milhões de casas, comércios, escolas e hospitais foram negligenciados e ficaram sem luz", publicaram os manifestantes nas redes sociais.

O Estadão procurou a Enel Brasil e aguarda retorno.

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