O presidente da Federação Palestina no Brasil (Fepal), Ualid Rabah, declarou nesta terça-feira (7/11) que a guerra entre Israel e Hamas é "o primeiro genocídio televisionado da história humana". Ele participou de sessão da Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados que discute o conflito.
Em seu discurso, Rabah fez duras críticas ao regime de Israel, que bombardeira e invade o território palestino e já matou 10.165 pessoas, segundo dados confirmados. Ele classifica a guerra como um genocídio, e a Faixa de Gaza como um campo de concentração. A Fepal representa a comunidade palestina no Brasil, formada por 60 mil imigrantes, refugiados e seus descendentes, de acordo com a organização.
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"É o primeiro genocídio televisionado da história humana", disse o presidente da Fepal logo no início de sua fala. "Nunca existe o último dia, nunca existe o último morto, o último ferido, o último segundo de apartheid. Sempre está por vir", acrescentou.
A CLP realiza hoje, a pedido do deputado federal João Daniel (PT-SE), uma sessão para discutir os dois lados da guerra. Porém, para evitar confrontos, o debate foi dividido em duas partes, uma para discutir a visão palestina, e outra para a posição israelense, que ocorre logo depois. A guerra teve início após ataque do Hamas, que matou 1.430 israelenses. A reposta de Israel, com bombardeios e invasões, deixou consideravelmente mais mortos.
Rabah levou à sessão dados sobre a guerra até o momento. Além dos 10.165 mortos confirmados, 1.950 estão desaparecidos sob os escombros. "Seguramente, e infelizmente, não serão encontrados com vida", disse. Ele comparou o número com as mortes no conflito entre 1947 a 1951, de 15 mil.
O presidente da Fepal disse ainda que foram destruídos 16 hospitais, com 5,3 mil crianças entre mortes confirmadas e desaparecidos. Também foram deslocadas internamente mais de 1,5 milhão de pessoas, e 32 jornalistas e 89 funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) foram mortos.
"Acertadamente, a ONU há 4 meses relatou em relatório formal que a Faixa de Gaza é uma prisão a céu aberto. É verdade em termos, precisa ser completado. É um campo de concentração", disse Rabah. "O crime dos palestinos é ser palestino, e estão em um campo de concentração", acrescentou.
Crítica ao Brasil
Ele classifica Gaza como o campo de concentração mais longevo da história, com pessoas que nascem ali e não conhecem outra realidade. Rabah criticou ainda a posição do Brasil no conflito, e pontuou que o país deve cortar relações com Israel e cancelar acordos de cooperação assinados nas áreas de tecnologia e segurança.
"Trabalhemos para libertar a Palestina, trabalhemos para libertar o judaísmo do sionismo", disse ao fim de seu discurso.
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