O governo fez um acordo com a oposição na tarde desta segunda-feira (6/11) para que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, compareça na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para falar sobre a inclusão da vacinação de crianças de seis meses a menores de cinco anos contra a covid-19, no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A oposição queria convocá-la, quando o citado é obrigado a comparecer na data aprovada. Mas, com o acordo, a convocação foi transformada em convite e o dia combinado para a presença da ministra é 28 de novembro.
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Na pauta da comissão, presidida pela bolsonarista Bia Kicis (PL-DF), estavam quatro requerimentos de convocação de Trindade, todos de aliados do ex-presidente. Entre estes, um de autoria de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O deputado Josenildo Abrantes (PDT-AP), um dos vice-líderes do governo na Câmara, representou os interesses do Ministério da Saúde na discussão e fez o acordo para transformação da convocação em convite.
Os parlamentares do PL voltaram a desacreditar a vacina, como fizeram durante a epidemia da covid-19, e questionaram a eficácia do medicamento.
"A vacina contra a covid-19 ainda é muito recente e por isso há muitas dúvidas sobre os seus efeitos, especialmente em crianças. Neste sentido, acredita-se que é extremamente prudente esperar por mais dados antes de tornar a vacinação obrigatória. Além disso, os últimos números comprovam que a covid-19 geralmente afeta crianças de forma menos severa do que adultos, com uma taxa de mortalidade significativamente mais baixa em comparação com grupos etários mais avançados", justificou Eduardo Bolsonaro.
O deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Vacina, está mobilizando o governo para barrar essa convocação da ministra e acusa o filho de Bolsonaro de capitanear a nova campanha contra a vacina.
"Mais uma vez, assim como ocorreu durante a pandemia, o negacionismo ameaça levar à morte para milhares de brasileiros. Parlamentaresligados ao ex-presidente da República organizam-se para desacreditar as vacinas contra a covid-19. Argumentam que esse fato retira a liberdade das famílias brasileiras e, mais uma vez, falam em mutações e outros negacionismos que visam confundir a população brasileira. É lamentável", disse Malafaia.
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