A demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal foi publicada nesta segunda-feira (30/10) no Diário Oficial da União (DOU). A decisão já havia sido anunciada na semana passada, para acomodar um indicado do Centrão, o economista e servidor de carreira Carlos Vieira Fernandes.
A decisão foi tomada na quarta-feira passada (25/10) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após pressão do bloco político e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de quem o novo presidente é aliado.
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Após a saída de Rita, o Centrão destravou pautas econômicas na Câmara, como a taxação de fundos offshore, aprovada no mesmo dia em que a demissão foi anunciada. O próprio Lula admitiu que a decisão foi tomada por pressão política, em um encontro com jornalistas na sexta-feira (27/10).
"Eles, juntos têm mais de 100 votos. E eu precisava desses votos para continuar o governo. Ainda faltam três anos", frisou o presidente.
Saída de mais uma mulher do governo
Rita Serrano ainda deve atuar na transição do comando para Carlos Fernandes. Na quinta (26), ela publicou um artigo em seu site e em suas redes sociais lamentando a saída da estatal.
"Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho", escreveu.