O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a relação entre a milícia e a crise de segurança do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (25/10), durante uma audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, e aproveitou para alfinetar a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Questionado sobre a violência na capital fluminense, o ministro destacou que este é um problema que “vem de décadas”, porque determinados políticos “protegem e incentivam” a milícia.
“Eu nunca homenageei miliciano, não sou amigo de miliciano, não sou vizinho de miliciano, não empreguei no meu gabinete filho de miliciano, esposa de miliciano e, portanto, não tenho nenhuma relação com o crime organizado do Rio de Janeiro. E nós temos, portanto, essa atitude de combate firme, não só às facções, como também aos milicianos”, afirmou Dino.
- Dino admite uso das Forças Armadas no RJ: "Decisão está na mesa de Lula"
- Dino falta a audiência por "risco de agressão" e deputados pedem impeachment
- Dino foi aconselhado por policiais a não comparecer à comissão
A fala de Dino é comum entre opositores de Bolsonaro, devido a ligação de membros da família do ex-presidente com suspeitos de envolvimento com a milícia. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador no RJ, Carlos Bolsonaro (Republicanos), pediram, em setembro do ano passado, que pelo menos 16 policiais denunciados pelo Ministério Público do estado por envolvimento com organizações criminosas fossem homenageados, inclusive Adriano da Nobrega, morto em 2020 em uma operação policial na Bahia e suspeito de participação no assassinato de Marielle Franco e Anderson Fomes, em 2018.
Danielle Mendonça, ex-mulher do miliciano Adriana da Nóbrega, foi empregada do gabinete de Flávio Bolsonaro, durante o mandato dele como deputado estatual no RJ. Além disso, um dos acusados de participação na morte da vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa, morava no Condomínio Vivendas da Barra, o mesmo que Jair Bolsonaro morava, na Barra da Tijuca.
Participação na comissão
O ministro participou da reunião na Câmara, após faltar duas vezes à Comissão de Segurança Pública. Dino enviou ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), um ofício em que aponta os riscos de agressão a que estaria submetido caso comparecesse, "inclusive com ameaças de uso de arma de fogo”, pontuou.
Saiba Mais
-
Política Lula compara crise de segurança no RJ a Gaza: "Temos que encontrar solução"
-
Política Lira inclui votação dos offshores na pauta após troca na Caixa
-
Política Dino foi aconselhado por policiais a não comparecer à comissão
-
Política "Cotas mudaram a cara da universidade pública", diz deputada Dandara
-
Política Lula demite Rita Serrano da presidência da Caixa para nomear Carlos Fernandes
-
Política Após assassinato do irmão, Sâmia Bomfim tira licença por tempo indeterminado