O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou, durante reunião ocorrida nesta quarta-feira (25/10) no Palácio do Planalto, os ataques realizados por milícias no Rio de Janeiro à situação da Faixa de Gaza durante a Guerra entre Israel e Hamas. Em discurso durante o evento, que tinha como objetivo a instalação do Conselho da Federação, o chefe do Executivo afirmou que os problemas dos estados e municípios também devem ser preocupações do governo federal, citando como exemplos a seca amazônica e a atuação das milícias fluminenses.
“O problema da seca do Amazonas não é um problema dos estados da Amazônia, é um problema do Brasil. É muito fácil ficar vendo aquelas cenas de ontem que apareciam na televisão, e antes de ontem, que parecia a própria Faixa de Gaza de tanto fogo e de tanta fumaça, e dizer que ‘é um problema do Rio de Janeiro, um problema do prefeito Eduardo Paes, é um problema do governador [Cláudio Castro]’. Não, é um problema do Brasil. É um problema nosso que nós temos que tentar encontrar a solução”, afirmou Lula.
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A fala do presidente faz referência aos ataques realizados no Rio de Janeiro, na última segunda-feira (23/10), por um grupo de milicianos. Os criminosos queimaram pelo menos 35 ônibus, causando um prejuízo de quase R$ 30 milhões para a cidade, segundo o Rio Ônibus (Sindicato das empresas do transporte coletivo na capital fluminense), que afirmou ser o maior número de ônibus queimados em um único dia no Rio.
Os ataques teriam sido uma represália à morte de Matheus Silva Rezende, de 24 anos, que era vice-líder da quadrilha e foi morto horas antes, em confronto com policiais em uma favela de Santa Cruz, bairro da Zona Oeste do Rio. Também conhecido como Faustão ou Teteu, Matheus era sobrinho de Zinho, chefe da organização.
Castro adere à fala de Lula
Em discurso feito na tarde desta quarta, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ) reafirmou o discurso feito mais cedo pelo presidente Lula, ao defender que o problema da violência no RJ é um “problema do Brasil”. Em pronunciamento feito após a reunião no Planalto, Castro defendeu o endurecimento de penas para o encarceramento de criminosos que forem capturados pelos ataques — os quais taxou de terroristas — como forma de desmotivar a ação das milícias.
O governo do RJ já havia prendido, ainda na segunda-feira, 12 criminosos responsáveis pelos ataques aos ônibus da cidade. Na ocasião, Castro comentou atuação conjunta das forças de segurança fluminense e disse que a luta delas “é para libertar nossa população dessas facções, dessas verdadeiras milícias”.
“Prendemos 12 criminosos ateando fogo em ônibus. E esses criminosos já estão presos por ações terroristas. E como ações terroristas, estarão sendo encaminhados imediatamente para presídios federais, porque lá é local de terrorista”, afirmou o governador.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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