Congresso

Flávio Bolsonaro sobre porte de arma para fiscais da Funai: 'Incoerência'

O senador apontou que o projeto que prevê posse de arma de fogo para servidores da Fundação dos Povos Indígenas "está errado"

A Comissão de Segurança Pública (CSP) no Senado apresentou, nesta terça-feira (24/10), o relatório do Projeto de Lei (PL) 2326/2022, que modifica o Estatuto do Desarmamento para permitir que integrantes da Fundação dos Povos Indígenas (Funai) tenham direito ao porte de arma enquanto realizam atividades de fiscalização. Os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF) pediram vistas ao texto e adiaram a votação.

Depois da leitura do parecer do relator Fabiano Contarato (PT-ES), o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou contra o relatório. “Confesso que fiquei confuso com o relatório, porque é uma das maiores incoerências que eu já vi no discurso da extrema-esquerda. Em outras palavras, o que está sendo dito no relatório é que armas salvam vidas”, argumentou o senador.

Nesse momento, o relator do projeto interrompeu Flávio Bolsonaro e disse que nasceu “para ver a extrema-direita recusar o porte de armas para funcionários da Funai”.

“Me estranha porque o discurso da esquerda sempre foi ‘mais armas, mais violência’ e, agora, em função da categoria que está sendo pleiteado o porte de arma, o relatório vem a favor”, afirmou.

“Eu concordo, pessoas que cumpram o requisito legal, e queiram ter acesso às armas, têm que ter. Mas está errado o projeto, porque é tão difícil desapegar da mentalidade de querer dar arma para servidor da Funai somente em serviço. Quando ele volta para casa, ele continua sendo servidor da Funai”, pontuou Flávio.

O senador defendeu que seja aprovada a posse de arma para a categoria, para que os servidores possam carregar a arma para onde forem. “É óbvio que ele tem que ter o porte de armas, inclusive fora de serviço”, completou.

Os senadores de direita, que estavam na comissão, defenderam ainda que o mesmo entendimento que o relatório apresentou para os servidores da Funai, se extenda para outras categorias, como advogados e parlamentares. “Gostaria de ver esse mesmo entendimento da extrema-esquerda quando a gente for tratar da posse arma de advogados, de guardas municipais, de parlamentares. Infelizmente, a nossa polícia não é onipresente, eles não são deuses, então eu defendo para todo mundo. Se cumpriu o requisito legal, que tenha acesso à arma”, concluiu Flávio.

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