Apoiadores e nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro participaram ativamente das eleições presidenciais argentinas manifestando apoio a Javiei Milei e fazendo críticas a Sergio Massa. Houve quem fosse a Buenos Aires para, pessoalmente, dar suporte ao candidato da ultradireita, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Porém, nas redes sociais, foi onde a militância marcou forte presença.
Próximo do encerramento da votação no país vizinho, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo saudando Milei e afirmando que o sucesso do candidato da extrema direita nas urnas é o da Argentina. "Estamos aqui torcendo pelo sucesso da Argentina, que é o teu sucesso. Não podemos continuar com a esquerda, que não deu certo em lugar nenhum no mundo", provocou. Ele prometeu prestigiar a posse de Milei em caso de vitória.
As redes bolsonaristas se agitaram ao longo do dia, na esperança de ver o ultradireitista na Casa Rosada, sede do governo argentino. "A Argentina será muito burra e merecerá o socialismo se não eleger Javier Milei", escreveu Sergio Camargo, ex-presidente da Fundação Cultural Palmares na gestão Bolsonaro.
O presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil do governo anterior, senador Ciro Nogueira (PI), deu apoio ao candidato da extrema direita argentina ao fazer uma "conjugação verbal". "Eu Milei, tu Milastes, ele Kirchinou, nós Milamos, Vós Milastes, eles Kirchinaram. Argentina Libre!"
Já o ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) manifestou apoio aos dois candidatos da direita — além de Milei, Patricia Bullrich, ex-secretária de Segurança no governo de Maurício Macri, disputou a corrida presidencial — e comemorou a escolha da candidata da oposição na Venezuela. "Um dia de mudança e esperança para a América Latina. As primárias na Venezuela devem consagrar María Corina Machado como a candidata presidencial de oposição a (Nicolás) Maduro, em 2024. E, na Argentina, com Milei ou (Patricia) Bullrich, as eleições presidenciais representam a oportunidade para o 'adiós' ao kirchnerismo", publicou.
Mas o envolvimento da direita brasileira foi além das redes sociais. Diversos políticos desembarcaram em Buenos Aires para acompanhar o pleito. Ernesto Araújo, ex-chanceler do governo Bolsonaro, de lá disse que "a economia (da Argentina) foi esfacelada pelas medidas da esquerda". O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), também do país vizinho, disse que Milei é um liberal como ele.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, foi figura constante na mídia argentina durante a votação, sempre ressaltando o apoio do pai a Milei. A empolgação dele com o candidato da ultradireita fez até com que fosse tirado do ar enquanto dava entrevista ao canal C5N. Ele defendia o porte de armas e foi interrompido. No estúdio, o apresentador deixou claro o incômodo com as ideias do deputado.
"Generosa demais a Argentina e os argentinos por receberem esse tipo de gente. Por isso que os brasileiros, com lógica, tiraram o pai dele do poder", disse o âncora, interrompendo a transmissão.
Outra presença em Buenos Aires foi da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. Ela foi convidada pela Câmara Nacional Eleitoral da Argentina e pela Direção Nacional Argentina na condição de vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A magistrada representou o Brasil como observadora internacional do pleito.
Fora da direita, a eleição argentina foi observada a distância pela política brasileira, com poucas declarações de apoio a Sergio Massa. Uma das raras partiu do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. "Desejo sorte ao meu amigo Sergio Massa, que foi um excelente presidente da Câmara dos Deputados, e tem atuado de forma muito importante à frente do Ministério da Economia, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela Argentina", publicou.
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