O diretório nacional do PT aprovou, em reunião desta segunda-feira (16/10), uma resolução que condena o ataque do grupo fundamentalista islâmico Hamas contra civis em Israel, ao mesmo tempo que condena a resposta à população na Faixa de Gaza. A legenda reforçou que não tem ligação com o grupo, afirmando que mantém laços somente com a Organização para a Libertação da Palestina e com a Autoridade Nacional Palestina, que administra partes da Cisjordânia.
“O PT condena, desde a sua fundação, todo e qualquer ato de violência contra civis, venham de onde vierem. Por isso, condenamos os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, crimes tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realiza, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”, diz o documento.
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Embora tenha se posicionado condenando as mortes em ambos os lados do conflito, o PT não classifica o Hamas como um grupo terrorista, alinhado ao Itamaraty, que afirmou seguir o entendimento da Organização das Nações Unidas (ONU), que avalia o Estado Islâmico ou a Al-Qaeda como terroristas.
"No tocante à qualificação de entidades como terroristas, o Brasil aplica as determinações feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão encarregado de velar pela paz e pela segurança internacionais, nos termos do Artigo 24 da Carta da ONU", reforçou o Ministério das Relações Exteriores.
O partido, por sua vez, reitera a defesa de uma solução para a crise entre os dois Estados e parabeniza o governo Lula pela repatriação de brasileiros que estão nas zonas do conflito.
O posicionamento não é por acaso. Parlamentares petistas, incluindo atuais ministros de Lula, divulgaram uma nota em 2021, entitulada “Resistência não é terrorismo!”, em que são contrários em chamar o Hamas de “organização terrorista”. Os ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, foram alguns dos que assinaram o comunicado.
“Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico — Hamas, a designação de “organização terrorista”, alegando falsamente que o movimento palestino seria “fundamentalmente e radicalmente antissemita”, diz a nota. “Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes.”
O Brasil, que preside o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante outubro, apresentará uma minuta de resolução, que deve propor um corredor humanitário para a entrega de mantimentos a civis palestinos e por uma “imediata retirada de ordem”, dada por Israel, para a evacuação de civis e funcionários da ONU pelo Norte da Faixa de Gaza. A proposta deve ser votada no fim da tarde desta segunda-feira (16/10).
Porém, a citação do Hamas como uma organização terrorista ainda está incerta e pode ser um diferencial para a aprovação da resolução na ONU.
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