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Banco do Brics ajuda Brasil com US$ 1 bilhão

Recursos virão do NDB e devem ser destinados a um programa emergencial do BNDES para concessão de crédito. Demais países fundadores que compõem o bloco já tiveram acesso à mesma quantia

A presidente do New Development Bank (NDB), Dilma Rousseff, assinou, ontem, um acordo para emprestar US$ 1 bilhão (algo em torno de R$ 5 bilhões na cotação atual) ao Brasil. A instituição financeira é conhecida como Banco do Brics — bloco econômico fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O contrato foi firmado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está no Marrocos participando do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird) — o evento segue até amanhã.

O dinheiro do NDB deve ser destinado ao financiamento de um programa emergencial de concessão de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O empréstimo foi firmado à margem dos eventos, que reúnem os ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais de 189 países.

O prazo para pagamento do empréstimo do NDB é de 30 anos, com juros de 1,64% ao ano. Também foi aprovado um empréstimo de R$ 435 milhões para a prefeitura de Aracaju.

O repasse de US$ 1 bilhão foi solicitado no primeiro semestre pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autorizado pelo Senado. Segundo o projeto de resolução, os recursos financiaram parcialmente o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI), instituído em 2020 pelo BNDES para garantir fluxo de caixa financiar a micros e pequenas empresas em dificuldades devido à pandemia da covid-19. No ano passado, uma medida provisória reabriu a contratação, até 31 de dezembro de 2023, de crédito junto ao NDB.

O Brasil é o país-sócio que menos acessou os recursos da instituição financeira. Em 2020, Rússia, Índia, China e África do Sul sacaram US$ 1 bilhão cada para enfrentar a pandemia, mas o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro recusou o repasse.

Interesses

A presença da Haddad no encontro anual do FMI e do Bird serve, também, para reforçar a pauta internacional brasileira — como inclusão social e combate à fome, transição energética e desenvolvimento sustentável, e reformulação de instituições de governança global. Isso porque, por presidir o G20, o país será o anfitrião do próximo encontro das duas instituições multilaterais. Segundo o Ministério da Fazenda, Haddad quer aproveitar a liderança temporária do Brasil no grupo das 20 maiores economias do planeta para introduzir temas caros ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cada três anos, o FMI e o Bird organizam reuniões fora dos Estados Unidos. O encontro no Marrocos, originalmente previsto para 2021, foi adiado por causa da pandemia. O governo do país africano decidiu manter a reunião deste ano, apesar do terremoto que destruiu os arredores de Marrakech há um mês. (Com Agência Brasil)


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