O Itamaraty declarou nesta quinta-feira (12/10) que segue as determinações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a classificação de grupos terroristas. A fala ocorre em meio a pressões internas e externas para que o governo chame o grupo fundamentalista islâmico Hamas, da Palestina, de terrorista.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores frisou que repudia o terrorismo, e citou grupos classificados pela ONU, como o Estado Islâmico (ou ISIS) e a Al-Qaeda. Também ressaltou que o governo está comprometido com a solução pacífica para a guerra entre Israel e Palestina, após ataque promovido pelo Hamas.
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"Em aplicação dos princípios das relações internacionais previstos no Artigo 4º da Constituição, o Brasil repudia o terrorismo em todas as suas formas e manifestações", declarou o Itamaraty. "No tocante à qualificação de entidades como terroristas, o Brasil aplica as determinações feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão encarregado de velar pela paz e pela segurança internacionais, nos termos do Artigo 24 da Carta da ONU", acrescentou.
Pressão
Segundo o Itamaraty, seguir a recomendação da ONU habilita o país a participar de negociação pela paz em conflitos como o que ocorre agora no Oriente Médio. Amanhã (13) haverá uma reunião do Conselho de Segurança, convocada pelo Brasil, para tentar chegar a um consenso sobre a abertura de corredores humanitários para tirar civis da Faixa de Gaza, incluindo 28 brasileiros que esperam a repatriação.
Nos bastidores, fala-se também que a retirada dos brasileiros da região depende de negociação com o Hamas, além de Egito e Israel. Classificar o grupo publicamente como terrorista agora poderia minar as chances de resgate.
Políticos de oposição criticam o governo Lula por não chamar o Hamas de terrorista. Na quarta-feira (11), o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, criticou a postura do governo e se reuniu com parlamentares opositores para pressionar o governo.