Israel

Moção do PT contra Israel gera bate-boca e suspende sessão na Câmara 

Deputados voltaram a discutir por conta da guerra no Oriente Médio e a oposição apoiou apenas repúdio ao Hamas, e não a Israel, ao contrário dos governistas

O plenário da Câmara foi palco de novos embates entre petistas e bolsonaristas envolvendo a questão de Israel e a Palestina. Os deputados aprovaram 16 moções de repúdio contra os ataques terroristas do Hamas contra os israelenses. Mas, no meio desse pacote, uma moção apresentada pela bancada do PT inseriu, além das críticas ao Hamas, também o repúdio à violência de Israel.

Os bolsonaristas e outros contrários à condenação de Israel nesses textos argumentaram que foram surpreendidos com o teor da proposta do PT. Os petistas afirmam que a proposta foi discutida na reunião de líderes, que definiu a pauta.

"Requer a aprovação de moção que repudia a violência do Hamas e do Estado de Israel, que resultou na morte de centenas de civis israelenses e palestinos, bem como o recrudescimento dos conflitos na região", diz a moção petista.

O deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), que presidia a sessão, foi acusado de ter feito um acordo com os petistas, sem comunicar às demais bancadas. "Não foi nada disso. Nada foi decidido às escuras. Só que agora não há o que fazer", disse Pereira.

"Não tinha ato de repúdio a Israel no acordo. Claro que somos solidários ao povo palestino, mas não repudiamos Israel", disse Mendonça Filho (União-PE).

Carla Zambelli (PL-SP), que na segunda-feira (9/10) discutiu com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre a violência em Israel, também criticou Pereira, que é uma liderança evangélica. "Faço um apelo à religião do senhor, que será cobrado por essa postura", disse a parlamentar.

Um dos autores da moção do PT, Odair Cunha (PT-MG) defendeu a posição de seu partido. "Não há repúdio a Israel. Repudiamos os atos do Hamas, que mataram civis inocentes, mas também o uso desmedido da força por Israel", disse.

Depois, houve muita discussão no plenário e o grupo que defendia Israel gritava para os petistas: "condenem o Hamas!".

As 16 moções foram aprovadas de forma conjunta com o apoio de 312 votos. A sessão acabou suspensa por Marcos Pereira.

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