Três dos maiores complexos de favelas do Rio de Janeiro foram alvo de uma grande operação integrada das polícias Civil e Militar do estado, que mobilizou mais de mil agentes e um forte aparato de veículos, helicópteros e até drones. Um dos principais objetivos da ação é, segundo fontes da Secretaria de Segurança Pública do estado, foi o de capturar chefes de facções criminosas envolvidos com a chacina de três médicos, na semana passada, em um quiosque da Barra da Tijuca (Zona Oeste).
As operações simultâneas aconteceram no Complexo da Maré e na Vila Cruzeiro (que integra o Complexo do Alemão), na Zona Norte da capital fluminense, e na Cidade de Deus, na Zona Oeste. Na ação, dos quatro helicópteros que davam suporte à incursão dos policiais, dois foram atingidos por tiros quando sobrevoavam a Maré e precisaram fazer pouso de emergência. Ninguém ficou ferido.
Dez veículos blindados das duas corporações também foram usados. De acordo com o balanço da operação, os policiais encontraram na comunidade do Parque União, no Complexo da Maré, um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos, além de meia tonelada de maconha. Na Cidade de Deus, houve uma apreensão de 100kg de pasta base de cocaína. Os policiais apreenderam 17 veículos, um fuzil, carregadores, artefatos explosivos e rádios de comunicação usados pelas facções.
Nove pessoas foram presas — três em flagrante por receptação e as outras seis por mandados de prisões expedidos —, de acordo com a Secretaria de Segurança. Uma delas é o sargento da PM Yuri Luiz Desiderati Ribeiro, lotado no 21º Batalhão da corportação, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ele foi abordado na Avenida Brasil transportando 100kg de cocaína.
Segundo as forças der segurança, o sargento vinha sendo monitorado pela Polícia Civil. A droga que transportava teria saído da Penha, bairro da zona Norte, onde fica a Vila Cruzeiro.
Para evitar comunicação entre chefes de facções criminosas que estão presos e seus comparsas nas favelas onde ocorreram as incursões, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) bloqueou o sinal da telefonia celular na área do Complexo Penitenciário de Bangu, afetando diretamente as unidades Bangu 3 e Bangu 4, que concentram algumas das principais lideranças do crime organizado no estado. Nesses presídios, cerca de 250 agentes da Seap vistoriaram celas — com a ajuda de scanners de mão — em busca de esconderijos nos quais os presos costumam ocultar telefones celulares e drogas.
Foram apreendidos nos presídios 1kg de "material aparentemente entorpecente" e 58 aparelhos celulares, que foream encaminhados à perícia técnica. A Seap adquiriu uma ferramenta israelense de inteligência — Cellebrite — capaz de quebrar a criptografia dos telefones e recuperar mensagens apagadas.
Para a secretária de Administração penitenciária, Maria Rosa Lo Duca Nebel, a varredura deixou Bangu 3 e Bangu 4 "em modo avião". "Por meio de um conjunto de ações de inteligência, o objetivo é mitigar a capacidade desses grupos de se reorganizar, contribuindo para a efetividade da operação", explicou.
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