Barbárie

Sobrevivente da chacina no Rio tranquiliza amigos: 'Só algumas fraturas'

Horas depois de sobreviver a uma matança, o médico Daniel Sonnewend Proença divulga vídeo no qual agradece mensagens de apoio. Ele teve lesões no tórax, no intestino, na pélvis, numa das mãos, nas pernas e nos pés

Por Marina Dantas*

Horas depois de sobreviver a uma chacina, o único sobrevivente da chacina de médicos no Rio de Janeiro, o ortopedista Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, agradeceu pelas mensagens de apoio. "Pessoal, estou bem, viu? Está tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo", disse ele, deitado na cama do hospital e usando máscara. "A gente vai sair dessa junto, tá? Valeu pela preocupação, obrigado", acrescentou, no vídeo divulgado pela jornalista Lu Lacerda.

Daniel levou 14 tiros — dois deles de raspão. O médico teve lesões no tórax, no intestino, na pélvis, numa mão, nas pernas e nos pés. Ele foi submetido a cirurgia que durou 10 horas, no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ao todo, 18 profissionais atuaram no procedimento. No fim da tarde da quinta-feira, o ortopedista foi transferido para o Hospital Samaritano Barra, localizado na Barra da Tijuca.

Um projétil retirado do corpo de Daniel foi encaminhado para a Polícia Civil, para análise. Porém, ainda há um alojado na escápula, perto do ombro. Em nota, o Hospital Samaritano Barra informou que "o paciente chegou à unidade no início da noite de quinta-feira". "No momento, encontra-se lúcido, orientado e respira sem o auxílio de aparelhos. Seu quadro de saúde é estável", acrescentou.

O médico tem 32 anos e é formado pela Faculdade de Medicina de Marília, interior de São Paulo. Ele tem especialização em cirurgia ortopédica, traumas, reconstrução e alongamento ósseo.

Barroso: o horror da violência

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou, ontem, estar "horrorizado" com a extrema violência do assassinato do ortopedista Diego Ralf Bomfim — irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) — e de outros dois médicos, na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. "Eu enxergo como qualquer cidadão, com o horror da violência no país. A criminalidade organizada, a reação a ela e a retomada de espaços é um fato decisivo na realidade brasileira, e temos que considerar. Penso que o ministro da Justiça e autoridades têm isso em conta e vão tomar providências próprias", destacou o magistrado a jornalistas no Rio. 

*Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa

 

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