Após a polêmica causada por uma apresentação de teor sexual ocorrida no 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil, o Ministério da Saúde criou, nesta sexta-feira (6/10), uma curadoria para organização de eventos oficiais. Segundo o ministério, a curadoria, vinculada ao gabinete da ministra Nísia Trindade, avaliará os eventos propostos por todas as áreas da pasta. "A avaliação considerará a adequação das propostas à missão institucional", informou.
Horas antes, a pasta lamentou a apresentação que viralizou nas redes sociais, reconheceu que o evento organizado pelo Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do ministério "surpreendeu pela coreografia inapropriada" e lamentou o que chamou de "episódio isolado".
"É importante reforçar que o objetivo do evento é apoiar a implementação e a gestão participativa da Política Nacional de Promoção da Saúde, a partir do compartilhamento de experiências e diálogos entre gestores e trabalhadores de diferentes estados", apontou o MS, explicando que a programação contou ainda com a participação de sete grupos artísticos nos intervalos.
"Uma das apresentações surpreendeu pela coreografia inapropriada. O Ministério da Saúde lamenta pelo episódio isolado, que não reflete a política da SAPS, Secretaria responsável pela organização, nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde, e adotará medidas para que não se repita", informou.
No vídeo que circula na internet, uma mulher dança de forma provocativa ao som de Batcu, música de Aretuza Lovi, com participação de Valesca Popozuda. A performance foi acompanhada por aplausos do público presente e dos demais participantes.
A apresentação virou alvo de críticas da oposição. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), informou ter protocolado um requerimento cobrando explicações do ministério sobre a “dança erótica”.
"Já dei entrada a um Requerimento de Informação para saber: 1- O custo desse evento e sua planilha de pagamentos. 2- Quem autorizou o evento?", escreveu. "Com tantas pessoas nas filas dos hospitais, por uma consulta médica é inadmissível ver o Ministério da Saúde fazer o evento do fiofó!", emendou.
"O que se viu foi uma espécie de apelação sexual completamente descabida em um evento oficial do Governo Federal em que há dispêndio de recursos públicos, em clara afronta e desrespeito com as pessoas ali presente e com a população que vê seus recursos serem gastos de forma esdrúxula e que não condiz com a finalidade ao qual o evento se propôs, em completo descompasso com a missão institucional que o Ministério da Saúde deveria desempenhar em prol dos cidadãos brasileiros", versa um trecho do requerimento.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também alfinetou a apresentação. "Enquanto você rala o ano todo para pagar impostos, o Lula torra seu dinheiro assim. Onde está o interesse público nisso?".
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apontou que o evento é um símbolo de "como a ideologia contaminou o governo do PT".
Já o deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo) classificou o episódio como uma prova da "degradação moral do governo Lula". "É inacreditável o nível de degradação moral do governo Lula. Agora temos até dança pornográfica do "bate c*" em evento oficial do Ministério da Saúde. Qual será o próximo absurdo? As famílias brasileiras verão dança pornô no Ministério da Educação?", questionou.
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