O líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), afirmou que vai apresentar, em 17 de outubro, um relatório paralelo ao texto oficial da relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA), a ser entregue neste dia.
Izalci ressaltou que é necessário que haja o fortalecimento da participação da minoria. “Essa CPMI foi sequestrada pela maioria. E, na prática, CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e CPMI são um instrumento importante que você tem no Congresso, mas é um instrumento da minoria. Se você tem maioria, tudo que é votado é rejeitado e foi o que aconteceu.”
O parlamentar foi entrevistado, nesta quarta-feira (4/10), pelos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Denise Rothenburg, no programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília.
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O parlamentar avaliou ainda que a CPMI dos Atos Golpistas tem um problema de credibilidade e acusou a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), de manipular informações. “Não tem sentido fazer uma CPMI onde a base, a relatora é suspeita, nós conseguimos, inclusive, nessa quebra de sigilo, identificar uma colinha da relatora para o G. Dias (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional) de perguntas e respostas. Eu nunca vi isso na minha vida numa CPI, a relatora trocando colinha com o depoente, que era um dos principais depoentes da CPMI.”
A senadora Eliziane foi alvo de parlamentares da oposição, no mês passado, por um suposto encontro entre o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, e um dos assessores da parlamentar. Os oposicionistas acreditam que Dias teria sido orientado sobre perguntas que lhe seriam feitas durante a oitiva que ocorreu em 31 de agosto. Eliziane disse, à época, estar focada na investigação e que a oposição estaria tentando “criar um outro foco”.
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Crítica ao STF
Izalci Lucas destacou, ainda, considerar um equívoco que o Supremo Tribunal Federal julgue os réus do 8 de janeiro. “Equivocadamente o Supremo já está julgando. Eu acho um equívoco porque você tem que garantir ao cidadão, e a lei diz isso, 'a recorrer a alguém'. Por isso que o Brasil tem primeira instância, segunda instância, terceira instância. Agora, como é que um fato como esse, um cidadão que não tem foro privilegiado está sendo julgado pelo Supremo? Ele vai recorrer para quem?”, questionou o parlamentar.
"Quem ganhou com esses atos foi exatamente o governo”
O senador afirmou, também, que os ataques antidemocráticos poderiam ter sido evitados mas, na avaliação dele, houve falta de comunicação. “Eu não estou tirando a responsabilidade do GDF (Governo do Distrito Federal), não, eu acho que ele também foi responsável, mas (o 8 de janeiro) poderia ter sido evitado. Eu vou reforçar isso no meu relatório, tendo em vista que existe o plano escudo (atuação conjunta entre os pelotões do Exército) e todos os alertas, e todo mundo sabia e poderia ter evitado. Quem ganhou com esses atos foi exatamente o governo.”
*Estagiária Isabel Dourado sob a supervisão de Andreia Castro
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