O bolsonarista Argino Bedin é ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, nesta terça-feira (3/10). Empresário do ramo do agronegócio, conhecido como “pai da soja”, o depoente figura a lista de suspeitos de financiar os atos golpistas e chegou a ter as contas bancárias bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após investigações apontarem que ao menos 15 caminhões que se deslocaram até o Quartel General do Exército, em Brasília, pertenciam a uma das nove empresas das quais o ruralista é sócio.
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Bedin é ruralista da velha guarda do agronegócio no Mato Grosso e apontado como um dos desmatadores da região da Amazônia Legal em Sorriso, cidade mato-grossense conhecida como capital mundial do agronegócio e o maior produtor individual da soja. O empresário recebeu multas de R$ 200 mil por esse motivo. Em algumas entrevistas, chegou a defender a Ditadura Militar e, em 2022, afirmou que defende “até debaixo d’água”.
Na reta final dos trabalhos, com apenas três sessões antes da entrega do relatório, o colegiado busca entender de onde saiu o dinheiro que sustentou os acampamentos golpistas e que, no dia 8 de janeiro, marcharam até a Esplanada em manifestação antidemocrática que resultou na depredação dos prédios dos Três Poderes.
Bedin foi ao STF e pediu habeas corpus para não comparecer à Comissão, mas o ministro Dias Toffoli negou a solicitação de não comparecimento e deferiu liminar parcial, onde o empresário é obrigado a comparecer ao depoimento, mas pode ficar em silêncio.