O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (31/10) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "entrou em parafuso" após perder as eleições do ano passado e planejou um golpe de Estado para o dia de diplomação do petista, em dezembro.
Segundo Lula, o golpe ocorreria em 18 de dezembro, data original para a sua diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ele teria surpreendido os conspiradores ao adiantar a data para o dia 12, quando bolsonaristas atacaram a sede da Polícia Federal e queimaram carros e ônibus na zona central de Brasília.
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"A nossa vitória foi uma vitória, eu diria, tão maiúscula que ele [Bolsonaro] ficou nocauteado. Ele ficou dentro de casa um mês, porque ele não sabia o que fazer. Porque a quantidade de dinheiro que jogaram durante o processo eleitoral, a quantidade de utilização da máquina pública para tentar evitar perder as eleições foi de tamanha magnitude que, quando ele perdeu, ele entrou em parafuso", disse Lula no programa Conversa com o Presidente nesta terça (31/10), ao comentar a vitória nas urnas há um ano.
Golpe no dia da diplomação
Após a derrota no dia 30 de outubro de 2022, o então presidente Bolsonaro se recolheu no Palácio do Alvorada e evitou aparições públicas. Ele quebrou o silêncio apenas no início de dezembro, quando voltou a discursar aos apoiadores que faziam vigília em frente ao Alvorada.
"Na verdade, ele estava preparando um golpe. Ele estava preparando um golpe que era para acontecer no dia da minha diplomação. Como eu mudei a minha diplomação do dia 18 para o dia 12, eles foram pegos de surpresa. Mesmo assim, no dia 12, quando eu fui diplomado, fizeram aquele carnaval, enfrentaram a Polícia Federal, tocaram fogo em ônibus aqui no centro de Brasília, com a proteção da polícia", afirmou, ainda, o presidente. "Eu estava no hotel, eu estava vendo tudo o que estava acontecendo", acrescentou.
Segundo investigações da Polícia Federal, 18 de dezembro era tratado entre bolsonaristas como a data limite para tentar um golpe de Estado. Ela é citada, por exemplo, no áudio enviado pelo coronel Ailton Barros ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que sugere um cronograma para a intervenção das Forças Armadas.
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