O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a redução feminina no primeiro escalão do governo ocorreu em função da falta de indicações de mulheres pelos aliados políticos. "Quando um partido político tem que indicar uma pessoa e não tem mulher, eu não posso fazer nada", disse o presidente.
Respondendo ao questionamento de jornalistas durante um café da manhã no Palácio do Planalto, na manhã desta sexta-feira (27/10), Lula disse que pediu aos aliados que indicassem o nome de uma mulher para substituir Rita Serrano no comando da Caixa Econômica Federal, o que acabou não ocorrendo.
"Quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não posso, no governo, tirar o homem e colocar mulher. Eu ainda posso trocar muita gente", disse o presidente, que admitiu o incômodo com as substituições de mulheres.
"Eu sofro muito quando tenho que tirar uma figura como Ana Moser, quando tem que tirar uma Rita, é muito ruim, é muito desagradável. A única que eu não falei foi a Daniela do Turismo, porque ela trocou de partido quando não poderia ter trocado, mesmo assim eu fiquei chateado", disse o presidente.
Lula prometeu reforçar a participação feminina no governo, e disse que novas trocas podem ocorrer. "O que eu quero fortalecer no governo é a ideia de que a mulher veio para a política para ficar", disse o petista.
Ao assumir à presidência da República, em 1º de janeiro deste ano, Lula tinha 11 ministras entre as 37 pastas da Esplanada, além de duas mulheres na presidência de bancos públicos, com Rita Serrano na Caixa Econômica e Tarciana Medeiros, no Banco do Brasil. Com as saídas de Daniela (Turismo) e Ana Moser (Esportes), a Esplanada acomoda agora nove ministras entre 38 pastas — um novo ministério foi criado para acomodar Márcio França.
Supremo
Lula também recebe pressão para indicar uma jurista negra para a vaga em aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), deixada após a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Questionado, o presidente disse que a indicação ainda pode ser feita para "qualquer um". "Pode ser mulher, pode ser homem, pode ser negro, pode ser negra", completou.
Apesar de já ter dito que gênero e raça não são critérios de escolha, o presidente não descarta a possibilidade de escolher uma mulher para a vaga, e garantiu que o nome será posto ainda neste ano. "Eu tenho que indicar muita gente esse ano. Eu tenho que indicar mais alguns ministros do Superior Tribunal de Justiça, quatro pessoas do Cade, procurador-geral da República ou procuradora, ministro ou ministra da Suprema Corte. Tudo isso", disse Lula.
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