O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a manhã desta quinta-feira (26/10) envolvido com o conflito no Oriente Médio. O petista disse a brasileiros que a operação de repatriação está pronta e ressaltou que todos os esforços possíveis estão sendo feitos para que se possibilite a passagem do grupo em Rafah e que voltem em segurança ao país. Lula ainda garantiu que manterá o avião presidencial no Cairo, onde deve permanecer para ser acionado o mais rápido possível quando a fronteira for aberta.
Depois de conversar com familiares de desaparecidos e sequestrados pelo Hamas no território israelense, o presidente conversou, por videoconferência, com uma família brasileira que aguarda, na Faixa de Gaza, pela abertura da fronteira com o Egito para poder ser repatriada.
Os brasileiros em Gaza relataram a Lula enfrentar escassez de água, energia, alimentos e medicamentos, e falaram sobre a constância dos bombardeios e das mortes de muitas crianças palestinas. Os nacionais na Palestina manifestaram ao presidente o desejo de voltar ao Brasil o mais rápido possível.
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Lula garantiu ao brasileiros que tem falado com dirigentes de todo o mundo, como os líderes dos Emirados Árabes Unidos, de Israel, da Palestina, do Egito, da França, da Rússia, da Turquia, do Irã, do Catar e do Conselho Europeu, da sua preocupação com o grupo de brasileiros retidos em Gaza e sobre a necessidade de se estabelecer um corredor humanitário para entrada de suprimentos e a saída dos estrangeiros.
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Participou da videoconferência o embaixador do Brasil junto à Autoridade Palestina, Alessandro Candeas, que salientou que diversas famílias brasileiras estão em casas alugadas pela representação do Brasil, na proximidade da fronteira com o Egito, recebendo assistência emergencial. Também estavam presentes na conversa o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, e a assessoria especial de Relações Internacionais da Presidência, comandada pelo embaixador Celso Amorim.
Reféns e desaparecidos em Israel
Na primeira videoconferência do dia, o presidente Lula condenou os ataques terroristas do Hamas contra civis e disse estar pessoalmente empenhado na construção da paz, na libertação dos reféns e na abertura de um corredor humanitário. As declarações foram dadas para integrantes do Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, que vem reunindo familiares de pessoas que desapareceram ou que comprovadamente foram capturadas como reféns pelo Hamas no dia 7 de outubro.
Participaram da conversa, ainda, familiares de um brasileiro que se encontra desaparecido. Depois de Lula ouvir os relatos dos familiares sobre os sequestros, o presidente condenou os ataques e destacou a importância de as pessoas atingidas pelo terrorismo e pela guerra serem ouvidas, lembrando que, dos dois lados do conflito, há pessoas que desejam a paz.
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Expressando sua solidariedade, o presidente manifestou que, como pai e avô, compartilha a dor das famílias afetadas e afirmou que o Brasil também está em luto pelo ocorrido. Recordou, também, as duas viagens que fez para Israel, em 1993 e 2010, e a excelente relação que manteve com o ex-presidente Shimon Peres.
O petista lembrou que a resolução do Brasil no Conselho de Segurança da ONU recebeu amplo apoio dos países membros, sendo vetada apenas pelos americanos, e que trazia no texto a expressa necessidade de libertação imediata, pelo Hamas, de todos os reféns.
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