O secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Cappelli, está no Rio de Janeiro, onde participa, na tarde desta terça-feira (24/10), da primeira reunião de monitoramento do plano de atuação das forças federais na segurança pública do estado. A reunião estava marcada anteriormente à onda de ataques ao transporte coletivo da capital fluminense, na segunda-feira. “A gente está completando uma semana do início do reforço no Rio de Janeiro, então, é cedo para rever um planejamento que ainda está em curso", disse Cappelli.
A reunião conta ainda com as presenças do secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar; do comandante da Força Nacional, coronel da Polícia Militar de São Paulo Fernando Alencar Medeiros; e de representantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e dos governos estadual e municipal. O objetivo é “redimensionar o reforço” diante da escalada da violência na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
- Governador do RJ cobra ajuda para combater "máfias" após onda de ataque
- Lula sobre onda de violência no Rio: "Esse governo não vai se esconder"
- Rio vive dia de caos com terror de milícias; aulas estão suspensas nesta terça
Cappelli disse que mais agentes da Polícia Federal estão chegando ao Rio, nesta semana, “com tecnologia e equipamentos”, para reforçar as ações de inteligência e de combate ao crime organizado. Cappelli considerou “gravíssimos” os ataques de segunda-feira ao sistema de transporte, que deixaram centenas de milhares de cariocas privados do direito de ir e vir.
Em Brasília, o ministro da pasta, Flávio Dino, informou que o governo federal já havia deslocado, antes da onda de atentados, 550 agentes — 300 da Força Nacional e 250 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) — para atuar no estado, principalmente nas rodovias que dão acesso à capital. As equipes de inteligência da Polícia Federal também receberam reforço de 20 policiais civis de diferentes unidades da Federação.
“Vamos ampliar todos esses efetivos”, afirmou o ministro. Ele negou que o governo federal estude intervir no estado, mas falou sobre a possibilidade de as Forças Armadas se integrarem aos esforços de combate ao crime organizado, de forma auxiliar, respeitando suas atribuições constitucionais.
Ajuda federal
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em seu programa semanal Conversa com o presidente, que o governo federal não quer “pirotecnia” e descartou nova intervenção no estado. “Não queremos fazer uma intervenção no Rio de Janeiro como já foi feito e que não resultou em nada. Não queremos tirar a autoridade do governador, tirar a autoridade do prefeito. O que queremos é compartilhar com eles, trabalhar junto com eles uma saída”, disse o petista.
Ainda pela manhã, o governador Cláudio Castro reforçou o pedido por ajuda federal, diante da constatação de que o avanço do crime organizado não é um problema exclusivo do Rio de Janeiro, mas “de todo o Brasil”. “Não são mais organizações criminosas pontuais que estão aqui, estão ali. São verdadeiras máfias alastradas pelo Brasil inteiro: Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte. A gente está vendo isso se alastrar a cada dia”, declarou o governador fluminense.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br