Como parte de uma estratégia nacional em defesa da vacinação, o governo federal lançou, nesta terça-feira (24/10), o programa Saúde com Ciência, que tem o intuito de combater a desinformação, fortalecer as políticas públicas de saúde e valorizar o conhecimento e produções científicas. Além disso, o projeto prevê retomar a ampla cobertura vacinal da população brasileira.
A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). O projeto também conta a parceria da Advocacia-Geral da União, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Controladoria-Geral da União.
A primeira fase do programa foca em reduzir o impacto de conteúdos falsos sobre vacinação. Segundo um mapeamento do Ministério da Saúde, 6.801 publicações com desinformação foram veiculadas nas redes sociais entre julho e setembro deste ano. Esses conteúdos impactaram 23,3 milhões de usuários.
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Nesse mesmo período temporal, a pasta observou que as informações falsas sobre vacinas versaram principalmente sobre a falta eficácia dos imunizantes e suposta falsificação no número de mortes da covid-19. As peças de desinformação também afirmavam que as vacinas podem causar doenças como câncer, aids ou diabetes, e que na aplicação seria implantado um chip no corpo da pessoa. Todas essas questões foram desmentidas por sucessivos estudos científicos.
Pilares
O Programa Saúde com Ciência é fundamentado em cinco pilares: comunicação estratégica; capacitação e treinamento; cooperação institucional; acompanhamento, análise e pesquisa; responsabilização. No âmbito comunicacional, o governo quer oferecer informações respaldadas em evidências científicas em canais oficiais. Esse processo será acompanhado pela capacitação de profissionais de saúde, com o objetivo de fornecer suporte necessário para lidar com a desinformação e promover um ambiente informacional seguro e íntegro à população.
O governo também prevê o estabelecimento de parcerias sólidas e acordos com órgãos do Poder Público, veículos de comunicação, empresas de telecomunicações, plataformas digitais, ambiente acadêmico, especialistas e organizações da sociedade civil para ampliar as ferramentas de difusão de informações.
O programa contará com um portal específico, destinado a veiculação de notícias e análises sobre desinformações identificadas. O espaço também contará com um setor para responder dúvidas frequentes, disponibilização de materiais de apoio para downloads, calendário de vacinação, um quiz que possibilita que o cidadão saiba se ele caiu em alguma desinformação ou compartilhou conteúdos falsos sem saber, além de um passo a passo de como denunciar informações enganosas.
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