A empresa Combat Armor Defense, que sagrou-se ganhadora de pregões eletrônicos para fornecer os blindados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e reforçar a estrutura de automóveis da administração pública, também é alvo de investigação do Ministério Público Federal. A CPMI do 8 de janeiro constatou que a firma "venceu quatro pregões eletrônicos para fornecimento de veículos blindados ou para blindagem de veículos. Três deles foram em 2020, ano de início da pandemia, no valor total de R$ 35.629.255,50, e o último, em 2022, no valor de R$ 14.179.801,96".
A norte-americana Combat Armor, porém, teve pouco tempo de atividade no Brasil. Chegou em 2019, nos primeiros meses do governo Bolsonaro. Incentivada pelo discurso pró-armamentismo, a filial nacional obteve rápido crescimento por meio de contratos firmados com a administração pública. Por consequência, amealhou expressivo aumento de capital financeiro: pulou de R$ 1 milhão para R$ 27,4 milhões, em 2022.
De acordo com o relatório da CPMI, a Combat Armor foi fundada no estado norte-americano de Idaho, em 2011. A princípio, não tinha blindados em seu portfólio. Esteve inativa entre 2013 e 2018.
Em janeiro de 2019, a empresa apresentou um pedido de reintegração, quando passou a adotar o nome Combat Armor. Na solicitação, deixou claro que a intenção era operar no Brasil. Segundo o relatório da CPMI, "há fortes indicativos de que se trata de uma empresa 'de papel', sem qualquer atuação no ramo de blindados, cujo propósito de reativação e alteração do seu contrato social foi viabilizar negócios no Brasil por meio do sr. Maurício Junot".
O empresário Maurício Junot de Maria é reconhecido pela atuação no mercado de blindados. Tem dupla nacionalidade — brasileira e norte-americana —, mas foi condenado por fraude em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Atualmente, ele consta da lista de procurados pela Interpol.
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