O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), determinou, ontem, que a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) seja acompanhada por seguranças 24 horas por dia. A relatora da CPMI de 8 de janeiro passou a receber ameaças de morte, depois que leu o parecer no qual pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela será escoltada por policiais legislativos nas atividades em Brasília ou no Maranhão.
A equipe da senadora enviou à Polícia Federal (PF) e à Advocacia do Senado os perfis dos responsáveis pelas ameaças e os prints das ofensas. Para Eliziane, as agressões "não podem ser subestimadas", mas, em um primeiro momento, não viu razões para escolta. Só que diante de tudo que enviaram para seu perfil nas redes, mudou de ideia.
"São pessoas que não têm, pelo que colocam, nenhum senso de humanidade. E subestimar esse tipo de pessoa, pode ser colocar em risco a minha vida e a da minha família", lamentou.
Porém, as ofensas e intimidações não foram exclusividade da relatora da CPMI. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) levou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ameaças de morte e violência física que a parlamentar recebeu, após confrontar o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) na CPMI.
"É importante dizer que a milícia digital, a comunicação, impacta comportamentos e afetos. Faz com que pessoas saiam da realidade, tirem os pés do chão e comecem a se apegar a valores que não têm nada a ver com a realidade. Eles acreditam em histórias, em versões, em falsidades, em mentiras e se tornam pessoas do ódio, da violência, do preconceito", lastimou Jandira.
A deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS) tem sido uma das principais vítimas de intimidações. "A gente vê um monte de machismos, violência política, ameaças, que acho que são cada vez mais inaceitáveis. Naturalizar ou normalizar coisas absurdas não pode ser uma prática", frisou.
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