Wellington Dias sobre erradicar fome no Brasil: 'Vamos dobrar esforços'

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, participou de evento celebrativo dos 20 anos do Bolsa Família - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Mayara Souto

Repórter de Brasil/Política

Formada em Jornalismo pela UFSM, no RS, onde pesquisou sobre Jornalismo Internacional, focado em América Latina. Já trabalhou com Cultura, Entretenimento, Redes Sociais, Gênero e Minorias Sociais.

postado em 20/10/2023 17:22 / atualizado em 20/10/2023 17:25

O ministro do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, destacou a vontade de tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). E apontou medidas para aumentar a segurança e evitar fraudes no Cadastro Único (CadÚnico). Ele compareceu nesta sexta-feira (20/10) ao evento comemorativo aos 20 anos do Bolsa Família, que contou com a presença, ainda que por videoconferência, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua primeira aparição pública após cirurgias.

"Com a palavra do presidente hoje, nós vamos ter que dobrar os esforços, mas eu estou animado", iniciou Dias. Durante discurso, Lula prometeu erradicar a fome no país até o último dia de mandato, 31 de dezembro de 2026.

"Quando a gente examina 21,3 milhões de famílias que recebem o Bolsa Família até o mês de setembro, 19,7 milhões já entraram na faixa protegida contra a pobreza. Isso é um bom sinal. Claro que tem que ter habitação para que as pessoas que hoje gastam parte desse dinheiro com aluguel possam ter mais dinheiro para a alimentação. Agora é trabalhar integrado com os municípios, com os estados e com o setor privado", explicou o ministro.

Dias também se mostrou positivo com o primeiro ano de gestão da pasta. "Acredito que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) muito em breve anunciará que teremos, já neste primeiro ano, menos de 2,5% da população em situação de fome", declarou.

De acordo com ele, a estratégia do governo está sendo a busca ativa por pessoas que teriam direito a receber o auxílio, mas não recebem. "Além do trabalho normal de cada município, a gente passou um valor extra para que possamos ir na comunidade indígena, na periferia, na comunidade quilombola, na população de rua, nos ribeirinhos. Com base nisso, integrando com os agentes de saúde, a gente quer encontrar quem tem o direito. Ainda não chegamos lá, mas vamos alcançar."

Reforço na segurança

Sobre o reajuste no valor do Bolsa Família, o ministro disse que o assunto deve ficar para 2024. De acordo com ele, desde o início, o orçamento do programa só é definido no início do ano, pois depende de fatores como o valor do salário mínimo, a valorização do real e o custo dos alimentos. "O presidente Lula, de um lado, é muito sensível em relação às prioridades aos mais pobres, mas também trabalha com muita responsabilidade fiscal", garantiu.

Ainda segundo Dias, o sistema de segurança do CadÚnico e todos os cadastros sociais está sendo atualizado e terá mais tecnologia. A intenção é reduzir o número de pessoas indevidas com acesso ao benefício.

"O presidente Lula adotou uma medida em que a Dataprev, que é uma empresa da área de processamento de dados, será a base para o social. Ou seja, todas as informações do MDS, da Saúde, do Trabalho estarão nesta base de dados. Ao mesmo tempo, estamos investindo no fortalecimento da rede de Secretaria Nacional de Assistência Social (SUAS), qualificando em cada município os cadastradores, visitadores. Haverá também um sistema de cruzamento de dados muito potente, devemos alcançar algo como 1,3 pentabytes de informações", comentou o ministro.

O sistema irá cruzar informações da Caixa Econômica Federal, do CadÚnico e do Ministério de Desenvolvimento Social. Para Wellington Dias, algumas atualizações desse sistema já estarão disponíveis em dezembro e garantirão a maior segurança do mesmo.

O evento celebrativo do Bolsa Família também contou com a presença dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Marina Silva (Meio Ambiente). Também participaram autoridades como o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano.